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Executivo pode ter monopólio no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Os primeiros passos de Murdoch no mercado brasileiro, buscando conteúdos exclusivos para
Sky e Fox, são quase "inofensivos" se comparados ao poder que
ele pretende assumir no país.
O australiano naturalizado norte-americano poderá gerir o monopólio de TV por satélite no país,
detendo 95% desse mercado.
Seria o resultado de uma possível união entre a Sky e a DirecTV,
cuja controladora, a Hughes Eletronics, teve a fatia acionária adquirida no início de abril pelo executivo, nos Estados Unidos.
A virtual fusão tem preocupado
operadores de cabo brasileiros,
que hoje detém cerca de 60% do
mercado de TV paga, contra 33%
do satélite. Eles temem que Murdoch entre agressivamente na
eventual DirecTV/Sky (por satélite) com conteúdos exclusivos, o
que poderia conquistar novos assinantes e roubar clientes do cabo.
O negócio, no entanto, ainda
precisa do aval da Justiça norte-americana, e essa decisão pode só
sair em 2004. No início deste mês,
ele também deu entrada no processo de consulta ao governo brasileiro sobre a compra da Hughes.
O primeiro passo será uma análise da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça.
E a resposta poderá pautar decisões futuras das autoridades sobre a união entre DirecTV e Sky.
Na avaliação de Samuel Possebon, editor do site "Pay TV
News", especializado em TV por
assinatura, o fato de os dois processos (brasileiro e norte-americano) estarem correndo ao mesmo tempo pode gerar uma situação inusitada. "É possível até que
o Brasil opte por esperar a decisão
dos Estados Unidos, porque seria
complicado, por exemplo, a compra da Hughes ser aprovada aqui
e recusada lá", afirma.
De perto
Enquanto aguarda as resoluções
judiciais, Murdoch acompanha
de perto o andamento de suas
empresas, inclusive as brasileiras.
Na semana passada, por exemplo,
reuniu-se com Ricardo Miranda,
presidente da Sky do Brasil, que
foi aos Estados Unidos dar ao chefe notícias do mercado nacional.
Quem conhece o magnata diz
que ele sabe de cabeça números e
mais números da disputa no setor. Era de se imaginar.
(LM)
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