São Paulo, terça-feira, 19 de maio de 2009

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Comentário

Em trilha própria, ela compõe e resiste a rótulos

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só a delicadeza intimista do passarinho, o canto límpido envolto em arranjos concisos numa atmosfera de calma e melancolia. Não é só mais uma entre as muitas jovens cantoras paulistas que nos últimos anos vêm recobrindo com talento e promessas um arco de estilos que vai do "new folk" da garota Mallu Magalhães ao velho samba da "veterana" Maria Rita.
Algo assim já seria bom, mas Tiê é diferente. Resiste às classificações. Não se encaixa nos rótulos inventados pela crítica na tentativa de dividir o terreno com cercas antigas: ela não é nem do samba nem dos "modernos", para citar essa distinção recentemente endossada em entrevistas por Mariana Aydar, que mais obscurece do que esclarece alguma coisa.
Tiê passeia por sua própria trilha e, além de uma doçura de cantora, é compositora que merece atenção.
Ouça a sofisticada simplicidade poética das letras, que parecem fáceis. Seus tijolos não são dicionários de rimas -e não se vê o esforço intelectualista, a soar postiço ou arestoso, como muitas vezes por aí. Elas fluem intimistas e joviais em achados como "me perdoa, me desculpa que eu não fui sua namorada, pois fiquei atordoada, faltou ar, faltou ar".


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