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CRÍTICA ERUDITO
Osesp encara com louvor simplicidade ambígua de "Sinfonia nº6" de Mahler
SIDNEY MOLINA
CRÍTICO DA FOLHA
Vinte dias antes do aniversário de 150 anos do nascimento de Gustav Mahler
(1860-1911), a Osesp dá sequência a um dos projetos
mais ambiciosos de sua história recente: fazer em dois
anos todas as obras orquestrais do compositor.
Na Sala São Paulo, na
quinta-feira, sob a regência
do dinamarquês Thomas
Dausgaard, foi a vez da "Sinfonia nº 6". Já foram tocadas
neste ano "Rückert Lieder" e
"Sinfonias nº 4" e nº 1. No segundo semestre teremos as
"Sinfonias nº 7" e nº 3.
Em texto do programa de
março da Osesp, Jorge de Almeida diz que o compositor é
uma "ponte entre dois mundos". Para o filósofo, "em
Mahler, a simplicidade sempre é complexa e ambígua".
Dausgaard preferiu fazer o
"Andante" antes do "Scherzo". No fim do movimento
lento, nossos olhos e ouvidos
eram uma coisa só: depois
das violas em "pianíssimo"
acompanhadas pela celesta,
violinos e flauta em terças;
harpa e celesta de novo, até o
oboé entrar.
O repertório do classicismo não tem sido uma especialidade da Osesp.
O "Concerto nº 26" de Mozart (1756-1791), que abriu a
noite, mostra, entretanto,
grande evolução (cordas perfeitas), mesmo em comparação com o Haydn apresentado há poucas semanas.
Contou para isso a qualidade do solista Ricardo Castro, pianista brasileiro que lidera o Neojibá, na Bahia, um
dos mais importantes projetos de inclusão social através
da música do pais.
Destaques foram a igualdade nas frases rápidas e o
tempo do terceiro movimento, um "allegretto mozartiano" na medida do estilo.
ORQUESTRA SINFÔNICA DO
ESTADO DE SÃO PAULO
AVALIAÇÃO ótimo
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