São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010

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CRÍTICA ERUDITO

Osesp encara com louvor simplicidade ambígua de "Sinfonia nº6" de Mahler

SIDNEY MOLINA
CRÍTICO DA FOLHA

Vinte dias antes do aniversário de 150 anos do nascimento de Gustav Mahler (1860-1911), a Osesp dá sequência a um dos projetos mais ambiciosos de sua história recente: fazer em dois anos todas as obras orquestrais do compositor.
Na Sala São Paulo, na quinta-feira, sob a regência do dinamarquês Thomas Dausgaard, foi a vez da "Sinfonia nº 6". Já foram tocadas neste ano "Rückert Lieder" e "Sinfonias nº 4" e nº 1. No segundo semestre teremos as "Sinfonias nº 7" e nº 3.
Em texto do programa de março da Osesp, Jorge de Almeida diz que o compositor é uma "ponte entre dois mundos". Para o filósofo, "em Mahler, a simplicidade sempre é complexa e ambígua".
Dausgaard preferiu fazer o "Andante" antes do "Scherzo". No fim do movimento lento, nossos olhos e ouvidos eram uma coisa só: depois das violas em "pianíssimo" acompanhadas pela celesta, violinos e flauta em terças; harpa e celesta de novo, até o oboé entrar.
O repertório do classicismo não tem sido uma especialidade da Osesp. O "Concerto nº 26" de Mozart (1756-1791), que abriu a noite, mostra, entretanto, grande evolução (cordas perfeitas), mesmo em comparação com o Haydn apresentado há poucas semanas.
Contou para isso a qualidade do solista Ricardo Castro, pianista brasileiro que lidera o Neojibá, na Bahia, um dos mais importantes projetos de inclusão social através da música do pais. Destaques foram a igualdade nas frases rápidas e o tempo do terceiro movimento, um "allegretto mozartiano" na medida do estilo.


ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

AVALIAÇÃO ótimo




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