São Paulo, sexta, 19 de junho de 1998

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Equipamento inclui 62 alto-falantes

da Sucursal do Rio

Compositor exigente, Lou Reed estabeleceu uma norma para a exibição de "Time Rocker", sob pena de mandar cancelar o espetáculo: em meio à música tocada pela banda, as letras cantadas no palco têm que ser ouvidas com clareza.
"As pessoas têm que entender as letras o tempo inteiro", disse o responsável pela mesa de som da ópera, o alemão Frank Golchert, 38. Para atender Lou Reed, o espetáculo conta com um equipamento de som de última geração.
Avaliado em US$ 1,5 milhão e, no caso da apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com 30 mil watts de potência, o equipamento de som inclui 62 alto-falantes e um sofisticado sistema de minúsculos microfones sem fio, adaptados na testa dos 12 atores/cantores.
Para o uso desse sistema, o presidente da Fundação Teatro Municipal, Emilio Kalil, 46, teve inclusive que pedir autorização à Polícia Federal para utilizar uma frequência de rádio especial.
O sistema, segundo Golchert, solucionou um problema que os produtores do espetáculo tiveram no início: os atores que atuam no palco não são cantores de rock.
Os microfones conseguem amplificar as vozes dos atores, se sobressaindo à música tocada por uma banda de dois guitarristas, um baixista e um baterista.
Mas aqui começa outro problema que precisa ser cuidadosamente administrado por dois técnicos da mesa de som: quando os atores caminham para a frente do palco, o som da banda chega diretamente aos microfones sensitivos.
Por isso, uma das grandes responsabilidades de Golchert é coordenar um balanceamento perfeito, mixando as várias fontes de som. "Temos que achar o balanceamento correto entre os músicos e os vocais", disse.
As exigências técnicas para a apresentação do espetáculo tomam 22 páginas do contrato assinado por Kalil. Segundo ele, o teatro, com 2.300 lugares, ficou no ponto para receber a ópera "Time Rocker".
Obras de recuperação do palco, de instalação de moderno equipamento de luz e de fiação elétrica, patrocinadas pela Petrobrás, ao custo de US$ 1 milhão, também contribuíram para que o Municipal pudesse ser aceito pela produção da ópera.
Golchert elogia o teatro. Segundo ele, algumas casas são construídas para receber orquestras sinfônicas, não se adaptando bem a uma música mais estridente como o rock'n'roll. "Mas, neste caso, estamos muito contentes. Mesmo para rock, a acústica aqui é muito boa." (RL)



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