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Equipamento inclui 62 alto-falantes
da Sucursal do Rio
Compositor exigente, Lou Reed
estabeleceu uma norma para a exibição de "Time Rocker", sob pena de mandar cancelar o espetáculo: em meio à música tocada pela
banda, as letras cantadas no palco
têm que ser ouvidas com clareza.
"As pessoas têm que entender
as letras o tempo inteiro", disse o
responsável pela mesa de som da
ópera, o alemão Frank Golchert,
38. Para atender Lou Reed, o espetáculo conta com um equipamento de som de última geração.
Avaliado em US$ 1,5 milhão e,
no caso da apresentação no Teatro
Municipal do Rio de Janeiro, com
30 mil watts de potência, o equipamento de som inclui 62 alto-falantes e um sofisticado sistema de minúsculos microfones sem fio,
adaptados na testa dos 12 atores/cantores.
Para o uso desse sistema, o presidente da Fundação Teatro Municipal, Emilio Kalil, 46, teve inclusive que pedir autorização à Polícia
Federal para utilizar uma frequência de rádio especial.
O sistema, segundo Golchert,
solucionou um problema que os
produtores do espetáculo tiveram
no início: os atores que atuam no
palco não são cantores de rock.
Os microfones conseguem amplificar as vozes dos atores, se sobressaindo à música tocada por
uma banda de dois guitarristas,
um baixista e um baterista.
Mas aqui começa outro problema que precisa ser cuidadosamente administrado por dois técnicos
da mesa de som: quando os atores
caminham para a frente do palco,
o som da banda chega diretamente
aos microfones sensitivos.
Por isso, uma das grandes responsabilidades de Golchert é
coordenar um balanceamento
perfeito, mixando as várias fontes
de som. "Temos que achar o balanceamento correto entre os músicos e os vocais", disse.
As exigências técnicas para a
apresentação do espetáculo tomam 22 páginas do contrato assinado por Kalil. Segundo ele, o teatro, com 2.300 lugares, ficou no
ponto para receber a ópera "Time
Rocker".
Obras de recuperação do palco,
de instalação de moderno equipamento de luz e de fiação elétrica,
patrocinadas pela Petrobrás, ao
custo de US$ 1 milhão, também
contribuíram para que o Municipal pudesse ser aceito pela produção da ópera.
Golchert elogia o teatro. Segundo ele, algumas casas são construídas para receber orquestras sinfônicas, não se adaptando bem a
uma música mais estridente como
o rock'n'roll. "Mas, neste caso,
estamos muito contentes. Mesmo
para rock, a acústica aqui é muito
boa."
(RL)
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