|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUÍDO
OMB elege conselho com 209 votantes
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a ABPD pressiona músicos para lá e para cá,
a desprestigiada Ordem dos
Músicos do Brasil (OMB), em
torno da qual eles poderiam se
unir, segue em regime feudal.
Em meio ao feriado paulistano
da semana passada, foram convocadas eleições para o conselho regional de São Paulo. A
chapa única venceu com a pífia
votação de 183 votos, num universo de 209 músicos votantes.
Wilson Sândoli, 75, foi reeleito
para presidir o conselho paulista, que, reunido aos dos outros
Estados, definirá o presidente
nacional da congregação por
mais três anos. O próprio Sândoli tem se reeleito para esse cargo há 36 anos consecutivos.
Ele justifica a eterna chapa
única: "Ninguém registra outra,
não podemos ir atrás do pessoal
pedindo para fazer chapa".
A Folha ouviu músicos que se
dizem filiados à OMB e em dia
com os pagamentos há até 20
anos e nunca receberam uma
convocação para votar. Sândoli
protesta: "Todos que estão em
dia com as anuidades receberam comunicado. Às vezes
mandamos até para alguém que
já morreu. Se a família não comunica que morreu, como podemos descobrir?".
"TRAVESSIA" VOLTA
A Dubas relança ainda neste
mês, em edição de luxo, o
álbum de estréia de Milton
Nascimento, de 67. E edita
também "Você Ainda Não
Ouviu Nada!" (63), o raríssimo
segundo disco de Sergio
Mendes, inédito em CD.
O NÃO-LANÇAMENTO
Um que está completamente jogado às traças é o
catálogo da extinta RGE, que
hoje pertence à Som Livre
(0/xx/21/2534-8448), da Rede Globo, mas mais parece
terra de ninguém. Este "Nave Maria", por exemplo,
Tom Zé lançou em 84, num
dos auges de seu longo período de ostracismo. Talvez
por isso mesmo áspero, rascante e ousado (no projeto
gráfico, Tom Zé vinha embalado em plástico, como
saindo de um útero escuro),
"Nave Maria" não foi ouvido
por quase ninguém. Mas
continha faixas temáticas e
fortes como "Conto de Fraldas", "Mamar no Mundo",
"Neném Gravidez", "Identificação"... O bebê Tom Zé esperava (re)nascer, o que ainda demoraria uma década.
LOBÃO PATRÃO
Nos últimos dias, integrantes
da ABPD insinuaram que
Lobão repete, em seu selo
independente, as mesmas
práticas de maquiagem de
números que condena nas
grandes gravadoras: Zeca
Baleiro, que cantou no disco
"A Vida É Doce" (2000), de
Lobão, não teria recebido sua
parte nos direitos, ou teria
recebido em quantia inferior à
das divulgadas 100 mil cópias
vendidas. "Prensamos 100 mil
cópias. Não sei se foram todas
vendidas, mas a vendagem foi
enorme e está em torno de 100
mil. Se a ABPD quiser contar,
que apóie a numeração",
ataca/defende-se Lobão.
ZECA COMPANHEIRO
De seu lado, Zeca Baleiro
foge da imprensa, mas diz por
intermédio de sua empresária
que estão querendo usá-lo com
segundas intenções. Segundo
ela, Zeca topou cantar com
Lobão por prazer e afeição e
não tem nada do que reclamar.
"Se tiver oportunidade, ele
abre mão de quaisquer
royalties que porventura lhe
caibam", diz a empresária,
dizendo que não sabe se Zeca
recebeu algum ou não.
513.965
A Universal diz que o
"Acústico MTV" de Cássia
Eller não vendeu 450 mil
cópias, como publicado há
uma semana em "Ruído", mas
sim 513.965. Mas esses são
números vendidos para lojistas
-quantos consumidores
foram à loja e compraram, só
Deus sabe.
psanches@folhasp.com.br
Texto Anterior: Outros lançamentos Próximo Texto: Música: "DJs de imagens" têm mais espaço em festas Índice
|