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MÚSICA
VJs projetam filmes em telões para acompanhar o som que é tocado nas pistas de raves e festivais eletrônicos
"DJs de imagens" têm mais espaço em festas
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
Sabe o que faz um VJ? Se você
respondeu que o VJ, ou videojóquei, é tão somente o cara que
apresenta clipes na MTV, errou.
Claro, o VJ pode ser alguém que
anuncia clipes, sim. Mas a palavra
começa a ser cada vez mais usada
em referência a uma nova categoria de artista: o VJ que trabalha em
festas de música eletrônica. Esse
cara está para as imagens assim
como o DJ está para o som.
Reparou que já tem muita festa
por aí com "filminhos " sendo
projetados em telões, acompanhando as batidas da música?
Pois é, por trás daquela parafernália toda está um VJ.
No Brasil, a profissão ainda engatinha, apesar de o ano de 2001
ter representado um avanço enorme para essa nova categoria de artista. Pense em qualquer rave ou
festival de música eletrônica grande que aconteceu no país. Certamente havia algum VJ envolvido.
Alguns VJs já são bem famosos
no país. Os mais conhecidos são
também os que primeiro se envolveram na profissão: Angelo
Palumbo, 40, o VJ Palumbo, e
Alexis Anastasiou, 26, o VJ Alexis.
Além deles, há hoje três núcleos
de VJs no país: os paulistanos Embolex e Fábrica Bijari e o mineiro
Feitos a Mãos.
DJ de imagens
O VJ trabalha em parceria com
o DJ ou o live PA (execução de
música eletrônica ao vivo) que está se apresentando na festa, mas a
performance nunca é ensaiada
antes. "Acompanhamos o som do
DJ com imagens", conta Alexis.
Ele explica como funciona o
processo: "Conhecemos o estilo
de cada DJ. Se o cara toca tecno,
vamos escolher imagens mais duras, talvez em preto-e-branco. Se
toca house, coisas mais alegres,
estilosas. Se toca trance, imagens
que tenham a ver com natureza e
assim vai", diz.
Em geral, as imagens que vão
para os telões são filmadas previamente pelo VJ. Além das imagens
pré-gravadas, o videojóquei também pode filmar, por exemplo, a
festa que está acontecendo em
tempo real.
Oswaldinho Sant'ana, um dos
VJs da produtora paulistana Embolex, conta como funciona a mixagem: "Bases de imagens pré-gravadas e editadas são divididas
em temas que podem ser cenas,
sensações ou movimentos. Essas
imagens são carregadas num
computador e a partir de comandos dados ao software vão sendo
projetadas no ritmo da música".
Resumindo, com seus computadores e softwares, o VJ manipula
os filminhos como o DJ trabalha
com seus vinis.
O VJ Palumbo explica como isso pode ser possível: "Simples,
usamos dois laptops e um mixer",
diz, fazendo uma alusão ao equipamento básico usado pelos DJs
(dois pick-ups e um mixer).
Apesar de estarem virando figuras comuns em festas e raves, a
maiorias dos VJs ainda depende
de "trabalhos paralelos", como
conta o pessoal da Embolex.
A produção dos filmes também
é complicada. "É tudo feito com
amigos ou conhecidos. Se fôssemos pagar custos de aluguel de
equipamentos, cachê de atores, aluguel de locações e ainda edição, não faríamos nada", dizem os VJs do Embolex.
Se no Brasil a profissão começa a ser conhecida agora, em países
da Europa a situação é bem diferente. "Por aqui ainda temos de
esperar grandes eventos para trabalhar. No exterior é comum contratar VJs mesmo para festas pequenas. Mas as coisas estão melhorando", diz Palumbo.
Então comemore: aquelas imagens repetitivas de mandalas e flores coloridas que você via nos telões das festas são coisa do passado. Só não esqueça de abrir bem
os olhos na sua próxima rave.
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