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Ortiz celebra bicentenário de Chopin
A pianista faz duas apresentações no Festival de Campos do Jordão, onde também ministra master classes
A artista, que já fez de 80 a 90 performances por ano, atualmente faz entre 30 e 40 concertos "bem escolhidos"
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pianista baiana radicada
na Europa há 38 anos, Cristina Ortiz vem ao Festival Internacional de Inverno de
Campos do Jordão para tocar
Chopin no piano que ela
mesma escolheu, e, de quebra, ministrar master classes
para compartilhar com os
alunos do festival sua visão
do compositor polonês, cujo
bicentenário de nascimento
é celebrado em 2010.
"Muitos jovens tocam Chopin praticamente de ouvido,
sem estudar direito a parte.
Mesmo hoje em dia, ainda
descubro coisas novas em
Chopin às vésperas de um
concerto", afirma a pianista,
que completou 60 anos em
abril último, e falou à Folha
por telefone, de Londres.
Na sexta (dia 23), no Auditório Cláudio Santoro, ela dá
um recital em que apresenta
os quatro scherzos e as quatro baladas do músico nascido na Polônia.
Na quarta (dia 28), no mesmo local, executa o segundo
concerto para piano e orquestra de Fryderyk Chopin
(1810-1849), com a Sinfônica
Municipal, sob a batuta de
Rodrigo de Carvalho.
Em ambas as ocasiões, ela
dedilha um dos dois Steinway que foi a Hamburgo
(Alemanha) selecionar em 19
de maio. O par de pianos está
sendo utilizado no festival e,
depois do encerramento do
evento, vem para a Emesp
Tom Jobim, em São Paulo.
"Escolher piano é muito
difícil, porque o pianista não
se ouve. Você nunca sabe o
som que tem. Não é como o
violino, em que o instrumentista cria o som", conta Ortiz,
que teve auxílio do também
pianista Paulo Braga.
"Sou oito ou 80, então toquei de cara Mozart e
Brahms, porque o piano tem
que servir para ambos", explica, referindo-se ao contraste entre as exigências de
transparência e delicadeza
do autor da "Flauta Mágica"
e as demandas por volume
sonoro do criador do "Réquiem Alemão".
Se na juventude ela tinha
uma rotina de 80 a 90 apresentações ao ano, hoje faz
entre 30 e 40, que define como "bem escolhidas". "Preciso ter tempo para viver uma
outra vida fora dos palcos, e
essa outra vida me torna, inclusive, uma melhor artista."
Ela está negociando com o
selo Naxos a gravação dos 24
prelúdios do britânico York
Bowen (1884-1961), e mantém o compromisso com a
música brasileira.
"2009 foi o ano Villa-Lobos, então agora estou dando
um descanso a ele. Ano que
vem, no Concertgebouw, de
Amsterdã, vou tocar o "Concertino", de Camargo Guarnieri, uma obra que gostaria
de gravar, ao lado de outros
concertos para piano e orquestra de autores nacionais, como Lorenzo Fernandez, Nepomuceno e Hekel
Tavares", diz ela.
CRISTINA ORTIZ
QUANDO sex. (dia 23) e qua. (dia
28), às 21h
ONDE Auditório Cláudio Santoro
(av. Dr. Luís Arrobas Martins,
1.880, Campos do Jordão, tel. 0/
XX/12/3662-2334)
QUANTO R$ 60 (28/7) e R$ 80
(23/7)
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