São Paulo, sábado, 19 de agosto de 2006

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Eliane Coelho retorna ao Municipal com "La Gioconda"

Soprano de maior destaque no exterior, ela protagoniza ópera que não é encenada na casa desde 1969; espetáculo tem regência de José Maria Florêncio

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A soprano brasileira de maior destaque no exterior está de volta ao Municipal de São Paulo. Depois de conquistar o teatro em "Madama Butterfly", de Puccini, em 2002, a carioca Eliane Coelho, 55, agora protagoniza "La Gioconda", do italiano Amilcare Ponchielli (1834-1886), ópera que não é encenada na casa desde 1969.
Estreada em abril deste ano, no Festival Amazonas de Ópera, de Manaus, a montagem tem direção cênica do argentino Alejandro Chacón, e musical de José Maria Florêncio, que assumiu em março o posto de regente titular do Municipal.
O elenco traz ainda o tenor búlgaro Kaludi Kaludow (no papel de Enzo), a mezzo-soprano Denise de Freitas (Laura Adorno) e o barítono Lício Bruno (Barnaba).
Na récita de segunda-feira, a preços populares, Coelho e Kaludow são substituídos, respectivamente, por Mônica Martins e Marcello Vannucci.
Radicada na Europa desde os anos 70, Coelho vê as mudanças bruscas de registro, entre o grave e o agudo, como a principal dificuldade deste papel, que ela estreou em Bucareste, na Romênia, em versão concerto, em 2004.
Desde 1991, a soprano está ligada ao elenco estável da Ópera de Viena, embora, atualmente, de licença, por razões de saúde. No ano passado, Eliane Coelho retomou o canto lírico depois de uma batalha contra o câncer.
O vídeo de suas performances das "Quatro Últimas Canções", de Richard Strauss, em junho de 2005, em Zagreb (Croácia), pode ser visto no site YouTube (www.youtube.com), quando se dá uma busca pelo nome da artista.
Em ritmo menos acelerado do que antes, suas atividades para os próximos meses incluem a gravação de um CD com orquestra, além da ópera "Stiffelio", de Verdi, também em Bucareste.

Trunfo
Tendo atuado sob a batuta de maestros como Zubin Mehta e Riccardo Chailly, e ao lado de tenores do renome de José Carreras e Plácido Domingo, ela destaca a aplicação e os cuidados com a voz como os principais fatores de seu triunfo internacional.
"Eu não esperava ser convidada para uma ópera para aprender a parte", relembra. "Quando saí da escola de música, já sabia 20 papéis. E também procurava conselhos dos entendidos, para saber o que servia e o que não servia para a minha voz."
Ela também acredita ter tido sorte. Entretanto, equaciona este fator dentro de um quadro mais amplo, de dedicação profissional. "As coisas para mim não caíram do céu", afirma. "Por trás do caminho profissional, tem um trabalho enorme."


LA GIOCONDA, DE PONCHIELLI
Quando:
hoje, dias 21, 23 e 25, às 20h30; dia 27, às 17h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nš, tel. 0/xx/11/3222-8698)
Quanto: de R$ 20 a R$ 40 (de R$ 10 a R$ 20 no dia 21)


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