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Eliane Coelho retorna ao Municipal com "La Gioconda"
Soprano de maior destaque no exterior, ela protagoniza ópera que não é encenada na casa desde 1969; espetáculo tem regência de José Maria Florêncio
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A soprano brasileira de
maior destaque no exterior está de volta ao Municipal de São
Paulo. Depois de conquistar o
teatro em "Madama Butterfly",
de Puccini, em 2002, a carioca
Eliane Coelho, 55, agora protagoniza "La Gioconda", do italiano Amilcare Ponchielli (1834-1886), ópera que não é encenada na casa desde 1969.
Estreada em abril deste ano,
no Festival Amazonas de Ópera, de Manaus, a montagem
tem direção cênica
do argentino Alejandro Chacón, e
musical de José
Maria Florêncio,
que assumiu em
março o posto de
regente titular do
Municipal.
O elenco traz
ainda o tenor búlgaro Kaludi Kaludow (no papel de
Enzo), a mezzo-soprano Denise de
Freitas (Laura
Adorno) e o barítono Lício Bruno
(Barnaba).
Na récita de segunda-feira, a preços populares,
Coelho e Kaludow são substituídos, respectivamente, por
Mônica Martins e Marcello
Vannucci.
Radicada na Europa desde os
anos 70, Coelho vê as mudanças bruscas de registro, entre o
grave e o agudo, como a principal dificuldade deste papel, que
ela estreou em Bucareste, na
Romênia, em versão concerto,
em 2004.
Desde 1991, a soprano está ligada ao elenco estável da Ópera
de Viena, embora, atualmente,
de licença, por razões de saúde.
No ano passado, Eliane Coelho
retomou o canto lírico depois de uma batalha contra o câncer.
O vídeo de suas
performances das
"Quatro Últimas
Canções", de Richard
Strauss, em junho de
2005, em Zagreb
(Croácia), pode ser
visto no site YouTube (www.youtube.com), quando se dá
uma busca pelo nome da artista.
Em ritmo menos
acelerado do que antes, suas atividades
para os próximos
meses incluem a gravação de um CD com
orquestra, além da
ópera "Stiffelio", de Verdi, também em Bucareste.
Trunfo
Tendo atuado sob a batuta de
maestros como Zubin Mehta e
Riccardo Chailly, e ao lado de
tenores do renome de José
Carreras e Plácido Domingo,
ela destaca a aplicação e os cuidados com a voz como os principais fatores de seu triunfo internacional.
"Eu não esperava ser convidada para uma ópera para
aprender a parte", relembra.
"Quando saí da escola de música, já sabia 20 papéis. E também procurava conselhos dos
entendidos, para saber o que
servia e o que não servia para a
minha voz."
Ela também acredita ter tido
sorte. Entretanto, equaciona
este fator dentro de um quadro
mais amplo, de dedicação profissional. "As coisas para mim
não caíram do céu", afirma.
"Por trás do caminho profissional, tem um trabalho enorme."
LA GIOCONDA, DE PONCHIELLI
Quando: hoje, dias 21, 23 e 25, às
20h30; dia 27, às 17h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nš, tel. 0/xx/11/3222-8698)
Quanto: de R$ 20 a R$ 40 (de R$ 10 a
R$ 20 no dia 21)
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