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Brasil obtém reações positivas
DA ENVIADA A LYON
Consagrada entre os grandes
artistas cênicos da atualidade,
Maguy Marin fez de "Les Applaudissements Ne Se Mangent Pas"
um espetáculo livre de clichês, tão
despojado quanto contundente.
Num palco onde a cenografia se
reduz a um cortinado de tiras coloridas, oito bailarinos (entre os
quais dois são chilenos e um mexicano) interpretam personagens
de aparência comum, imersos em
situações que os levam invariavelmente para a intimidação e a repressão.
Na 10ª Bienal da Dança de Lyon,
a criação de Marin integra uma
programação intensa e rara. Embora inclua convidados franceses
como Marin, a bienal de 2003,
concebida por Guy Darmet, enfoca a dança da América Latina, cujos profissionais nunca contaram
com encontro de tal proporção.
Entre os 25 grupos de 11 países
latino-americanos que estão se
apresentando na Bienal, o Brasil é
um destaque que começou a marcar presença com o grupo Quasar,
de Goiânia, e o Balé de Rua de
Uberlândia.
O Quasar, que estreou sábado e
deveria apresentar o espetáculo
"Coreografia para Ouvir" até ontem, teve a temporada prolongada até o próximo fim de semana
por causa do sucesso.
É a primeira vez que o Quasar se
apresenta na França. No coquetel
oferecido após a estréia, à qual
compareceu em peso a imprensa
internacional que cobre a bienal,
o coreógrafo do grupo, Henrique
Rodovalho, foi cercado de elogios. Um deles veio de Brigitte Léfevre, diretora do Ballet da Ópera
de Paris, que disse à Folha: "Na
próxima vez que um jornalista me
perguntar se conheço dança brasileira já poderei dizer que sim e
que admiro muito o Quasar".
Em contraste com a proposta
sofisticada do grupo Quasar, o
Balé de Rua de Uberlândia está
animando a programação da Bienal de Lyon com a energia e a espontaneidade de seu elenco.
Embora tenha o hip hop como
base, o Balé de Rua hoje faz uma
mistura popular, que vai do forró
ao samba. Em alguns trechos de
"E Agora, José?", espetáculo que o
grupo trouxe para Lyon, os dançarinos fazem referências a símbolos do imaginário brasileiro,
como a mula-sem-cabeça. A reação da platéia francesa tem sido
efusiva ao elenco mineiro.
(AFP)
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