São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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Brasil obtém reações positivas

DA ENVIADA A LYON

Consagrada entre os grandes artistas cênicos da atualidade, Maguy Marin fez de "Les Applaudissements Ne Se Mangent Pas" um espetáculo livre de clichês, tão despojado quanto contundente. Num palco onde a cenografia se reduz a um cortinado de tiras coloridas, oito bailarinos (entre os quais dois são chilenos e um mexicano) interpretam personagens de aparência comum, imersos em situações que os levam invariavelmente para a intimidação e a repressão.
Na 10ª Bienal da Dança de Lyon, a criação de Marin integra uma programação intensa e rara. Embora inclua convidados franceses como Marin, a bienal de 2003, concebida por Guy Darmet, enfoca a dança da América Latina, cujos profissionais nunca contaram com encontro de tal proporção.
Entre os 25 grupos de 11 países latino-americanos que estão se apresentando na Bienal, o Brasil é um destaque que começou a marcar presença com o grupo Quasar, de Goiânia, e o Balé de Rua de Uberlândia.
O Quasar, que estreou sábado e deveria apresentar o espetáculo "Coreografia para Ouvir" até ontem, teve a temporada prolongada até o próximo fim de semana por causa do sucesso.
É a primeira vez que o Quasar se apresenta na França. No coquetel oferecido após a estréia, à qual compareceu em peso a imprensa internacional que cobre a bienal, o coreógrafo do grupo, Henrique Rodovalho, foi cercado de elogios. Um deles veio de Brigitte Léfevre, diretora do Ballet da Ópera de Paris, que disse à Folha: "Na próxima vez que um jornalista me perguntar se conheço dança brasileira já poderei dizer que sim e que admiro muito o Quasar".
Em contraste com a proposta sofisticada do grupo Quasar, o Balé de Rua de Uberlândia está animando a programação da Bienal de Lyon com a energia e a espontaneidade de seu elenco.
Embora tenha o hip hop como base, o Balé de Rua hoje faz uma mistura popular, que vai do forró ao samba. Em alguns trechos de "E Agora, José?", espetáculo que o grupo trouxe para Lyon, os dançarinos fazem referências a símbolos do imaginário brasileiro, como a mula-sem-cabeça. A reação da platéia francesa tem sido efusiva ao elenco mineiro. (AFP)


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