São Paulo, sexta, 19 de setembro de 1997.



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Clichês tornam longa cômico

especial para a Folha, de Londres

Ninguém pode se propor a assistir a "Preaching to the Perverted" esperando algo sério ou inteligente sobre o circuito sadomasoquista.
O filme só pode ser encarado como uma comédia que documenta um mundo bem fechado. E seu valor está exatamente nisso, em retratar fielmente comportamentos que só chegam aos "normais" de forma estereotipada.
A história é simples: um deputado conservador (Tom Bell) acha que é hora de dar um basta nos clubes SM. Ele quer angariar a simpatia dos conservadores em geral. Para isso, contrata Peter (Christien Anholt) para se infiltrar no clube House of Thwax.
Claro que o rapaz vai mudar sua visão de mundo ao conhecer a cena e a "princesa" do clube, Tanya Cheex (Guinevere Turner), ao redor de quem os escravos e dominadores vivem. E nem o deputado é tão correto assim, como já se prevê desde o início.
As imagens extremamente coloridas, sempre pontuadas por boa música tecno, criam um ambiente absolutamente "fake". O uso do cor-de-rosa até em lugares onde não caberia ajuda na construção de um mundo de fantasias. Algumas cenas de sexo são chocantes, com uso de piercings e brincadeiras pouco divertidas.
Enfim, há uma dose de masoquismo em passar quase cem minutos assistindo a "Preaching...". Mas o mundo, como mostra o filme de Stuart Urban, não é só feito por pessoas como Chris O'Donnel ou Steven Spielberg. (DB)



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