São Paulo, sábado, 19 de setembro de 1998

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Meio teatral questiona Mercosul


de Buenos Aires

Atores e representantes do meio teatral do Mercosul realizaram em agosto passado uma reunião em Campos de Jordão (SP), para promover a integração da atividade nos países da região.
Durante o encontro, formou-se a Comissão de Teatro do Mercosul, que discute hoje formas de promover o intercâmbio entre os países.
"O teatro, a cultura não são atividades prioritárias para os governos do Mercosul. Nossos públicos não têm conhecimento sobre o teatro latino-americano", diz o crítico Carlos Pacheco, que esteve na reunião.
Para ele, a oferta de obras brasileiras na Argentina é "coisa circunstancial". "Não há uma política de intercâmbio, mas a ligação particular de alguns diretores e produtores com o Brasil", afirma.
Para a diretora Flavia Moraes, os governos estão cada vez mais distanciados das atividades culturais na economia atual.
Ela diz que cultura não pode esperar o governo. "Tem de ser vista do ponto de vista empresarial, em que atividades culturais são um negócio."
Para ela, os acordos do Mercosul envolvem outros tipos de produtos, que não os culturais, mas têm como consequência a maior troca de informações entre os países.
"Isso também explica o número de montagens brasileiras hoje na Argentina".
"Os argentinos estão perdendo o bairrismo, procurando outros valores e se abrindo para temas que o Brasil já discutiu", diz. (AG)



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