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antes de passeata com seu "new look", em 1956
Traje de verão propõe saia para homens
da Reportagem Local
Como bem provou em toda a
sua vida, Flávio de Carvalho poderia se meter em qualquer assunto que se sairia bem, mas foi
na moda que o artista desenvolveu teses e práticas mais consistentes.
Nos anos 50, por exemplo, Flávio escreveu a série de artigos "A
Moda e o Novo Homem", em que
exortou a liberdade do homem
contemporâneo.
Os artigos culminariam com a
realização da performance "New
Look para o Verão", em que desfilou, em 1956, em saia e blusa plissadas pelo centro de São Paulo.
A performance de Flávio propunha transgressão nos costumes, com o uso de saias pelos homens; inovações na linguagem ao
incorporar termos em inglês; e
avanços estéticos, ao usar a performance como linguagem artística e de comunicação.
Seu "new look" seria lançado
em seguida na Itália, com o apoio
dos escritores Giuseppe Ungaretti
e Alberto Moravia.
Para Flávio, o "novo homem"
deveria ter uma postura arrojada
e priorizar seu próprio conforto,
em vez de usos e costumes estabelecidos.
O artista defendeu suas posições arrojadas sobre moda em várias palestras no "clubinho" (antiga sede social do MAM-SP, na av.
São Luís, bar e restaurante ainda
hoje em atividade).
Palestras e ensaios de moda ("A
Moda e o Novo Homem", "Vestuário e Trópico", "As Origens da
Moda Através da História", "A
Dialética da Moda" e outros) seriam uma constante nos anos seguintes de sua vida. Flávio pretendia reuni-los em uma grande volume: "A Dialética de Moda",
com mais de mil páginas. Flávio
ainda desenhava figurinos para
balé e teatro.
(CF)
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