São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
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antes de passeata com seu "new look", em 1956 Traje de verão propõe saia para homens

da Reportagem Local

Como bem provou em toda a sua vida, Flávio de Carvalho poderia se meter em qualquer assunto que se sairia bem, mas foi na moda que o artista desenvolveu teses e práticas mais consistentes.
Nos anos 50, por exemplo, Flávio escreveu a série de artigos "A Moda e o Novo Homem", em que exortou a liberdade do homem contemporâneo.
Os artigos culminariam com a realização da performance "New Look para o Verão", em que desfilou, em 1956, em saia e blusa plissadas pelo centro de São Paulo.
A performance de Flávio propunha transgressão nos costumes, com o uso de saias pelos homens; inovações na linguagem ao incorporar termos em inglês; e avanços estéticos, ao usar a performance como linguagem artística e de comunicação.
Seu "new look" seria lançado em seguida na Itália, com o apoio dos escritores Giuseppe Ungaretti e Alberto Moravia.
Para Flávio, o "novo homem" deveria ter uma postura arrojada e priorizar seu próprio conforto, em vez de usos e costumes estabelecidos.
O artista defendeu suas posições arrojadas sobre moda em várias palestras no "clubinho" (antiga sede social do MAM-SP, na av. São Luís, bar e restaurante ainda hoje em atividade).
Palestras e ensaios de moda ("A Moda e o Novo Homem", "Vestuário e Trópico", "As Origens da Moda Através da História", "A Dialética da Moda" e outros) seriam uma constante nos anos seguintes de sua vida. Flávio pretendia reuni-los em uma grande volume: "A Dialética de Moda", com mais de mil páginas. Flávio ainda desenhava figurinos para balé e teatro. (CF)

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