São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
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OUTROS LANÇAMENTOS

Trilhas sonoras
Coisas estranhas às vezes acontecem. A Sony redescobre em seu catálogo três trilhas sonoras de filmes nacionais, trazendo ao CD uma série que é quase daquelas de "tesouros da juventude". Começa por "Menino do Rio" (81), importante por prenunciar cedo a onda de pop-rock que a Blitz estava prestes a inaugurar. Aqui aparecem, só para ficar no fundamental, "Tesouros da Juventude", com Lulu Santos, e "Perdidos na Selva", com Gang 90 & Absurdettes -clássicos, já se pode dizer. Depois há "Rock Estrela" (85), trilha representante já da veia anedótica do mesma leva pop-rock, com Léo Jaime, Tokyo, Metrô, Dr. Silvana & Cia. e, OK, o antológico RPM. De alien na minicoleção, há "Para Viver um Grande Amor" (83), com canções originais de Chico Buarque, Djavan e Tom Jobim. Também atores do filme, Djavan e Zezé Motta dispersam as interpretações -as partes de Patrícia Pillar são dubladas por Olivia Byington. E, por falar em atores do filme, as fotos de Djavan e de Patrícia desapareceram misteriosamente da capa do disco. Coisas estranhas acontecem. (PAS)

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"Reconhecida", A Firma
O grupo A Firma, que durante o começo da década acompanhou o rapper Athaliba, volta agora sem o MC. Fazendo hip hop com bases de funk e rhythm and blues, foge totalmente do esquemão "gangsta" que tem dominado o rap nacional dos últimos anos. O único ladrão que aparece nas letras do CD é um pai de família que rouba feijão e farinha em um supermercado, na música "Verdadeiro Ladrão", e se dá mal.
Mais próximo do que fazem Thaide e DJ Hum, o grupo canta o orgulho negro e a consciência racial ("África") e, lembrando o Câmbio Negro da música "Esse É o Meu País", descreve uma sociedade perfeita ("Mundo Ideal"). Também não esquece de falar da diversão e das mulheres ("A Isca"), usando como base "Close to Me" do The Cure.
O trabalho do A Firma já vale por lembrar que o hip hop é também música de baile, feita para dançar. Só se perde um pouco nas cinco últimas faixas (são 16), nas quais investe em um estilo meio para o charme, meloso demais e que acaba ficando repetitivo. (RODRIGO DIONISIO)

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