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FREE JAZZ FESTIVAL
DISPUTADOS
Banda escocesa toca no Rio, dia 25, e na noite seguinte em SP, onde os ingressos se esgotaram em 48 horas
Belle & Sebastian quer balada no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Se você é um dos muitos desesperados para assistir aos escoceses do Belle & Sebastian, que se
apresentam na semana que vem
na noite pop do Free Jazz, restam
duas coisas a fazer: acionar a sua
rede de amigos -até os de infância estão valendo- e torcer para
que alguém tope vender um ingresso ou viajar para o Rio, onde
ainda restam entradas para ver os
ídolos indie.
Sem nunca ter cruzado a linha
do Equador rumo ao hemisfério
Sul, os músicos do Belle & Sebastian se espantam com a popularidade no Brasil.
"É sério que os ingressos esgotaram tão rápido em São Paulo?
Que medo", disse à Folha o trompetista do grupo, o ex-estudante
de farmácia Mick Cooke, 27.
Junto com os outros sete integrantes fixos da banda, Cooke deve tocar no Brasil alguma música
em homenagem ao país. "Mas, se
eu contar qual é, vai estragar a
surpresa", diz.
Leia a seguir entrevista com o
músico, que também toca na banda de ska The Amphetameanies.
(CLAUDIA ASSEF)
Folha - É a primeira vez que vocês
vão tocar no hemisfério Sul?
Mick Cooke - Acho que não estou
mentindo se disser que nenhum
de nós jamais esteve num país
abaixo da Europa e dos EUA.
Folha - E vocês já fizeram uma listinha de coisas que querem ver e
fazer no Brasil?
Cooke - Sim, já vimos fotos do
Rio, por exemplo, e ficamos muito a fim de ir a praias. Estamos
muito ansiosos para conhecer
brasileiros. Recebemos muitos e-mails de fãs daí, é curioso. Muita
gente de São Paulo e do Rio nos
escreve. São geralmente mensagens bem legais.
Folha - Você sabia que os ingressos para o show de São Paulo esgotaram em dois dias?
Cooke - É sério? Que medo! Isso
é bem maluco. Mas as pessoas
compraram ingressos só para ver
o nosso show?
Folha - Bom, quem comprou ingressos para ver vocês vai ver também [os islandeses" Sigur Rós e
Grandaddy [da Califórnia"...
Cooke - Ah, bom, mesmo assim
é incrível. Nosso empresário havia dito que por alguma razão íamos bem no Brasil. Mas acho que
não acreditamos muito, não. Para
nós, parece um tanto bizarro que
gente no seu país curta tanto o
nosso som, especialmente porque
a cultura da Escócia e do Brasil me
parecem bem distantes. Mas isso
nos deixa bem animados.
Folha - Vocês costumam homenagear algumas cidades por onde
passam com músicas típicas. Já
pensaram se vão tocar algo especial no Brasil?
Cooke - Ah... Mas, se eu contar
qual é, vai estragar a surpresa. Vamos ter de praticar um pouco de
português [risos".
Folha - Sei que vocês gostam de
música brasileira...
Cooke - Claro, adoramos Os Mutantes e Astrud Gilberto. Acho
que todos nós temos nossos discos básicos da tropicália... O Brasil
sempre foi um país muito influente em termos musicais.
Folha - A banda costuma promover jogos de futebol durante as turnês, não?
Cooke - Tentamos organizar
partidas nos lugares onde tocamos. Tocamos na Espanha há
pouco, e um grupo de fãs organizou um jogo. E é claro que perdemos deles [risos". Seria legal montar uma coisa dessas no Brasil.
Folha - Nos shows vocês já estão
tocando músicas novas?
Cooke - Estamos trabalhando
num disco que vai sair em fevereiro ou março do ano que vem. Ao
vivo, temos tocado uma ou duas
músicas novas, sim. Mas o set é
bem misturado, tem músicas de
todos os discos.
Folha - Que shows vocês querem
ver no Free Jazz?
Cooke - Fatboy Slim. Estamos no
espírito de cair na balada no Brasil, tomar uns drinques depois
dos shows e sair para dançar, conhecer lugares e gente. Tem alguma sugestão para eu anotar?
BELLE & SEBASTIAN. Onde: no Rio, no
MAM (av. Infante Dom Henrique, 85,
aterro do Flamengo, tel. 0800-212223).
Quando: dia 25, às 22h. Quanto: R$ 50.
Onde: em São Paulo, no Jóquei Clube (av.
Lineu de Paula Machado, 1.263, tel.
0800-212223). Quando: dia 26, às 22h.
Quanto: R$ 50 (ingressos esgotados).
Patrocinador: Souza Cruz.
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