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CRÍTICA
Sonho americano vira pesadelo
CÁSSIO STARLING CARLOS
EDITOR DO FOLHATEEN
"Cinema é a melhor diversão." Se você concorda
com esse slogan, mantenha-se à
distância de "Réquiem para um
Sonho", segundo filme do celebrado Darren Aronofsky.
O ponto de partida é um romance de Hubert Selby Jr., o mesmo de "Noites Violentas no Brooklin". Dois pólos da vida -juventude e velhice-, afastados emocional e afetivamente, reencontram-se tragicamente sob o signo
(destrutivo) das drogas.
Um pós-adolescente mergulha
nas "delícias" da cocaína e da heroína e embarca na manjada trajetória do vício. Do outro lado,
sua mãe afunda-se no "pesadelo"
das anfetaminas quando resolve
fazer de tudo para emagrecer.
A premissa é boa: o sonho americano é transformado em pesadelo sob o impacto de drogas, tanto ilícitas quanto lícitas. Poderia
render mais, não fosse a insistência em sobrecarregar as imagens.
Como o filme é uma tradução visual das "alterações de consciência", situa-se frequentemente no
limite do "insuportável".
O filme é ruim? Não, graças aos
atores, que toparam uma parada
dura e conseguiram não cair no
"overacting". Ellen Burstyn dá
um show no papel de "senhora
anfetaminada".
O filme é bom? Não, porque não
dá ao espectador a oportunidade
de pensar por conta própria, oferece "lição de moral" disfarçada
de cinema e regula o visual pela
fórmula "quanto mais, melhor".
Como os personagens, Aronofsky acredita que tem uma droga "da boa" nas mãos. Mas, para
seus espectadores, a sensação é de
ter recebido uma overdose.
Réquiem para um Sonho
Requiem for a Dream
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Direção: Darren Aronofsky
Produção: EUA, 2000
Com: Marcia Gay Hardem, Ellen Burstyn
Quando: dia 21, às 21h30, no Cinesesc;
dia 22, às 15h50, no Unibanco Arteplex;
dia 31, às 21h30, no Cinemark Market
Place
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