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Sobrenomes famosos na tela estão à prova
DA REPORTAGEM LOCAL
O talento da segunda geração
de renomados diretores da cinematografia nacional já está à prova em diversos exemplos. O sobrenome de Glauber Rocha
(1939-81), expoente mais polêmico do cinema novo, segue em atividade com os filhos Paloma Rocha (com Helena Ignez, também
mãe de Djin Sganzerla) e Eryk Rocha (com Paola Gaitán).
Eryk prepara atualmente seu segundo longa, depois da bem recebida estréia com o documentário
"Rocha que Voa" (2003), sobre
seu pai, e do curta "Quimera" (co-dirigido por Tunga), selecionado
neste ano pelo Festival de Cannes.
Paloma tem carreira como produtora e dirige bissextamente filmes como "Abry" (2003), espécie
de filme-testamento de sua avó,
Lúcia Rocha, realizado num hospital, durante o pré e o pós-operatório de sua cirurgia cardíaca.
Alice de Andrade, filha de Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988, "O Padre e a Moça") acaba
de exibir seu primeiro longa de
ficção, "O Diabo a Quatro", no
Festival do Rio. O filme compete
no mês que vem no Festival de
Brasília e estréia no início de 2005.
Contemporâneos de Glauber
Rocha e Joaquim Pedro de Andrade, os cineastas Cacá Diegues e
Roberto Farias também têm uma
prole que envereda pelo cinema.
Isabel Diegues, filha de Cacá com
Nara Leão (1942-1989), é autora
dos curtas "Vila Isabel" e "Marina" e também produz ("Madame
Satã", de Karim Aïnouz).
Na numerosa família de artistas
Farias, o recém-chegado à direção
de longas-metragens é Maurício
Farias, que prepara para o ano
que vem a estréia de "O Coronel e
o Lobisomem". Em 2005, ele deve
filmar também a versão para cinema do seriado "A Grande Família", que dirige na TV.
Irmãos de Maurício, Lui e Mauro Farias cravaram seus nomes no
cinema há mais tempo, com
"Com Licença Eu Vou à Luta"
(1986) e "Não Quero Falar sobre
Isso Agora" (1991), respectivamente.
Com o lançamento no ano passado do documentário "Person",
a apresentadora Marina Person
debutou na direção de longas-metragens para cinema, onde seu
pai, Luís Sérgio Person (1936-1976), tornou-se um dos grandes,
com uma filmografia que inclui o
clássico "São Paulo S/A" (1964).
É no entanto na linha de sucessão de um casal de produtores, e
não de cineastas, que o cinema
brasileiro tem o seu mais famoso
exemplo de "clã" cinematográfico. Luiz Carlos e Lucy Barreto
transmitiram o ofício à filha Paula
Barreto (produtora) e aos filhos
cineastas Fábio e Bruno Barreto.
Com direção de Bruno e produção de Luiz Carlos Barreto, surgiu
em 1976 "Dona Flor e Seus Dois
Maridos", apontado como líder
absoluto de público entre os filmes nacionais -cerca de 10 milhões de espectadores.
Por "O que É Isso, Companheiro?" (1997), Bruno foi indicado ao
Oscar de melhor filme estrangeiro, distinção que Fábio também
obteve com "O Quatrilho" (1995).
Mas nem só de sobrenomes famosos vive o cinema nacional. O
Ministério da Cultura recebeu 913
inscrições ao concurso de curtas.
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