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POPLOAD
O churros e a bomba atômica
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Eu sei que você detona na comunicação: seu blog/fotolog
é/foi um sucesso, vive no MSN, é
craque no Orkut, sua caixa de e-mails vive abarrotada. Mas você
está preparado(a) para o skype e o
SMS.ac? Pois esteja.
* Da série "não diga que eu não
avisei", vem aí o Churros Man. O
release do cara, instalado no Trama Virtual (com.br), diz que
Churros Man e seu namorado
continuam aprontando nas boates com muito chantilly. Ele fala
de um jeito bobo que não tem nada a ver. As músicas não têm nada
ver. Remixar o grande LCD
Soundsystem (Nova York), que
roda a internet, não tem nada a
ver. Ou seja: tudo a ver.
* Para quem curte viagem bizarra de guitarra, uma certa mistura
de Tarantino com easy listening e
música para coquetéis, está à disposição o volume 1 de "Guitar Bizarre", projeto do guitarrista Paco
Garcia, do excelente Los Pirata.
Em "Guitar Bizarre", Paco está
vestido de sua porção real, que
atende pelo nome de João Erbetta.
Atende também no endereço
www.guitarbizarre.com, para
quem não achar o disco nas lojas.
* É impressão minha ou "How
to Dismantle an Atomic Bomb", o
novo disco do U2, é muito bom? É
tudo igual ao que a banda já fez e
ao mesmo tempo é diferente. A
voz do Bono está indo embora
com dignidade. "All because of
you I am", ele canta, numa das faixas mais bonitas do disco, com
honestidade impressionante. Eu
não sei se o Bono estava zoando,
mas em uma entrevista na Radio
One inglesa ele disse que errou a
contagem que introduz o primeiro hit do novo CD, "Vertigo". Numa fase de exibir seu espanhol
"fluente", confirmou que foi equívoco o "un, dos, tres... catorce".
Acho que não.
* Falando em banda velha (dez
anos de idade hoje é velha?), mas
digna, a relação do Oasis com seu
público fiel, e inclua aí este colunista, é comovente. É a primeira
banda a iniciar oficialmente o ano
pop de 2005. Anunciaram três
shows de estádio para junho e julho do ano que vem, portanto daqui a sete, oito meses. Botaram à
venda cerca de 200 mil ingressos
na manhã do último dia 6. As entradas se esgotaram antes do
meio-dia. Colocaram uma data
extra em Manchester, no novo estádio do time dos Gallagher, o
Manchester City. Os ingressos
acabaram. Anunciaram então
uma terceira data em Manchester.
Para essa eu não sei como está a
venda a esta altura, mas já deve estar "sold out". A população inteira de Manchester já se programou
e se garantiu para ver a banda daqui a oito meses, sem mesmo saber se estarão vivos até lá. Nem o
povo nem o Oasis.
* Se você gosta de bandas velhas, bandas novas, guitarristas e
da nova Inglaterra, um toque precioso. A Sum Records acaba de
pôr timidamente no mercado nacional o álbum "Must I Paint You
a Picture? The Essential Billy
Bragg", compêndio de dois discos
e 40 canções do guitarrista político, cavaleiro solitário do punk,
ativista comunista, antipop, superpop Billy Bragg, um daqueles
ingleses de dentes tortos que gostam de pegar sua guitarra e um
amplificador para expor suas
idéias em um canto do Hyde
Park, em Londres. É a voz de Billy
Bragg, sua guitarra tosca e só. O
disco abre com sua música mais
famosa, "A New England". É talvez a música mais simples do
mundo. No refrão Bragg diz: "Eu
não quero mudar o mundo. Eu
não estou procurando uma nova
Inglaterra. Eu só quero uma nova
namorada".
* Repita comigo: Hi Hi Puffy
Amy Yumi.
lucio@uol.com.br
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