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Di Tella compara ministério a circo
DE BUENOS AIRES
A Argentina tem um ministro
da Cultura que é o próprio sr. Polêmica. Torcuato Di Tella, 75, sociólogo, professor da Universidade de Buenos Aires e fundador do
Instituto Di Tella -celebrado como oásis vanguardista nas artes
argentinas dos anos 60-, já encabeçou diversos escândalos de mídia, entre eles o de afirmar que a
cultura não é prioridade no governo.
A mais recente sacudida na opinião pública argentina sobre seu
ministro da Cultura tem origem
numa entrevista que Di Tella deu
na semana passada à revista alternativa "TXT", em que afirmou:
"O ministério é um circo: preciso de macacos, girafas, anões, elefantes. Mas, claro, não posso passar a mão no lombo do tigre nem
posso reclamar se houver esterco
no chão, porque, com tantos animais, é impossível não haver. Tenho gente que não se dá. A pantera não gosta do macaco, o macaco
não gosta da mulher-barbada".
Na mesma entrevista, Di Tella
voltou ao tema da prioridade à
cultura. "O governo deve resolver
primeiro o problema das crianças
que morrem de fome, e não quem
é a puta ou a imbecil que vai dirigir o Fundo das Artes", afirmou.
Nos bastidores do governo, fala-se na demissão do ministro. O
anúncio estaria aguardando apenas o fim do Congresso Internacional da Língua Espanhola, para
o qual Di Tella convidou dezenas
de personalidades internacionais
Diplomacia Gil
Anteontem, a reportagem perguntou ao ministro Gilberto Gil
-que foi criticado no Brasil ao
afirmar, em seu discurso de posse,
que o país precisava de "um do-in
antropológico"- se é boa a metáfora do circo para um Ministério
da Cultura. "Eu não a faria. Mas é
preciso ver as razões de Di Tella."
Diplomata, o ministro.
(SA)
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