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Música
Silvia Machete mostra sua MPB para rebolar
Misturando circo e teatro, cantora lança seu 1º trabalho por gravadora oficial
"Eu Não Sou Nenhuma Santa" tem participações de Nina Becker e Edu Krieger, além de versões de Cyndi Lauper e Guns N" Roses
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela se apresenta com uma
"pomba" pendurada no cabelo.
Ensaia um strip-tease enquanto roda o bambolê e, sem parar,
enrola um cigarro de tabaco.
Depois, fuma e entorna uma
bebida verde para soltar bolinhas de sabão pela boca.
Ah, ela também canta e, por
incrível que pareça, sua música
é o principal elemento do show.
E, surpresa, suas canções e voz
são mais empolgantes do que
qualquer pirueta.
Silvia Machete, 32, cansou do
circo, do teatro e de apresentações nas ruas. Agora, com o lançamento do CD e DVD "Eu Não
Sou Nenhuma Santa", ela quer
ser cantora "séria". Mesmo
que, para isso, tenha que fazer
um show em que o bom humor
marca presença e tenha que incluir números que aprendeu no
circo, no teatro e nas apresentações de rua.
"Para mim, é natural fazer
um show que, além de ter música, seja um entretenimento total. Não fiquei pensando "Ninguém nunca fez isso antes", até
porque o que faço não é assim
tão novidade", diz Machete.
Ela lança seu trabalho pela
gravadora EMI, após ter agitado o circuito alternativo do Rio
no ano passado com um CD independente. Vem desse disco a
maior parte do repertório de
"Eu Não Sou Nenhuma Santa",
na verdade um CD/DVD gravado durante um show.
Bananas
Machete é rodada. Apesar de
ser uma novata para o grande
público, ela está na estrada há
quase dez anos, mas no exterior. Com o ex-marido Clarke
McFarlane atuou no espetáculo cômico-circense "Planet Banana", no circuito off-Broadway, elogiado pelo "New York
Times". Em países como a
França, a dupla fez espetáculos
de rua. "O público é o melhor
termômetro. Você aprende a se
comunicar melhor."
Diz, no entanto, que voltou
ao Brasil para iniciar carreira
de cantora: "O grande lance
agora é misturar as coisas, para
que tudo fique uma loucura".
Fã de Amy Winehouse ("a melhor cantora de todos os tempos"), Marisa Monte, Barbra
Streisand e Elis Regina, ela evita usar a palavra "performance" para definir seu trabalho.
"Performance no Brasil não é
bem-vista. Aqui, a imagem que
a maioria das pessoas têm é a de
um artista colocando uma máscara e fazendo coisas bizarras.
Eu tenho birra dessa palavra
em português. Em inglês, "performance" se refere a qualquer
artista. Cada um tem seu estilo.
O que o Mick Jagger faz é performance, por exemplo."
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