da Sucursal do Rio

Não foi à toa que Caetano Veloso inaugurou o ciclo de exposições que deverá ser realizado a partir da obra de músicos brasileiros. De acordo com o curador da mostra, Felipe Taborda, o compositor é o artista brasileiro que mais estabelece elos com a pintura.
"Mesmo com a abrangência de sua obra, ele flertou durante anos com as artes plásticas", diz.
A amizade de Caetano Veloso com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, expoentes do concretismo no país, aproximou o compositor das artes plásticas. Em 1968, ele já demonstrava interesse pela arte concreta.
A paixão pela pintura foi registrada em canções como "Lindonéia" -inspirada num quadro de Rubens Gerchman- e "Vaca Profana", que tem referências ao cubismo e a Pablo Picasso.
Além disso, segundo Taborda, a obra dele é rica em sugestões de imagens.
"As referências podem ser lugares, pessoas ou lembranças. Caetano é especialista em criar quadros em forma de melodia", diz, citando a letra de "Trem das Cores" ("A franja da encosta/ cor de laranja/ capim rosa-chá").
Todas as músicas presentes na exposição foram selecionadas por Taborda e em seguida submetidas para aprovação ao compositor, cujo único pedido foi para retirar a música "Shy Moon", do disco "Velô", com participação de Ritchie. Caetano não queria músicas em inglês. A exceção foi "London, London", retratada pelo ilustrador Romero Cavalcanti.
(GA)



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