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ARTES PLÁSTICAS
Exposição no Paço Imperial reúne obras de 80 artistas que se inspiraram em músicas do cantor baiano
Som de Caetano Veloso vira imagem no Rio
GUSTAVO AUTRAN
da Sucursal do Rio
Depois de dirigir o filme "Cinema Falado" e mergulhar na literatura com o livro "Verdade Tropical", o compositor Caetano Veloso
sai novamente da música para se
aventurar desta vez pelas galerias
de arte.
Sua estréia no universo das artes
plásticas acontece hoje, às 19h,
com a exposição "A Imagem do
Som de Caetano Veloso", no Paço
Imperial, no centro do Rio. A estréia contará apenas com convidados (a partir de amanhã o evento
será aberto ao público).
A tônica da mostra, organizada
pelo curador Felipe Taborda, é dar
forma ao vasto acervo musical de
Caetano. Para isso, 80 artistas
-entre eles pintores, fotógrafos,
escultores, estilistas e designers-
foram convidados para, literalmente, transformar som em imagem. "O objetivo é montar um painel das artes no Brasil a partir da
tradição da MPB", explica Taborda.
A mostra foi inspirada no livro
"Beatles Illustrated Lyrics", de
Allan Aldridge. De acordo com Taborda, a aproximação com a música contribui para atrair mais público para os museus. "É uma forma
de popularizar as artes plásticas,
marcadas por muita vanguarda e
hermetismo."
A exposição reúne artistas como
o cenógrafo Gringo Cardia, o compositor Arnaldo Antunes e o cartunista Angeli. Cada um deles se baseou em uma música do compositor para criar suas obras. As canções foram sorteadas.
A maioria dos artistas procurou
fugir de soluções óbvias. O designer gráfico Luiz Stein, que concebeu a capa do CD "Tropicália 2",
não quis explorar a conotação supostamente "homossexual" contida na letra de "O Leãozinho". "Esse não é o meu mundo", justifica
Stein.
Numa clara referência ao quadro
"Sopa Campbell", de Andy Warhol, Stein reproduziu um copo do
chá Matte Leão.
"O Leãozinho" e "Tigresa" eram
justamente as obras mais cobiçadas pelo artista plástico Roberto
Magalhães. No entanto ele acabou
ficando com "Atrás do Trio Elétrico". "A alegria fica por conta de
um folião desengonçado, que pode
ser o próprio Caetano", explica.
Já Arnaldo Antunes partiu do
verso "Não se vê um dia claro como tu" para registrar suas impressões sobre a festiva "Lua de São
Jorge". "Não sou artista plástico.
Entrei nessa porque acompanho o
trabalho do Caetano."
˛
Exposição: A Imagem do Som de Caetano
Veloso
Quando: de terça a domingo, das 12h às
18h30; até 18 de fevereiro
Onde: Paço Imperial (praça 15, s/ nē, centro)
Quanto: entrada gratuita
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