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TEATRO
Causa é impasse sobre preço do imóvel; programação do espaço agendada para o próximo ano foi cancelada
TBC não renova contrato e pode fechar
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Reaberto em 1999 após reforma
seguida de reestruturação que lhe
recuperou o prestígio e sobretudo
seu público, o lendário Teatro
Brasileiro de Comédia (TBC), no
bairro paulistano do Bixiga, volta
a frequentar o noticiário sob a
perspectiva de crise.
Diretora artística da casa, a atriz
Fezu Duarte anunciou ontem que
o projeto Novo TBC será encerrado este mês por não renovação do
contrato de locação.
O TBC foi arrendado em 1998,
por um período de quatro anos e
meio, pelo empresário Marcos Tidemann (postos Hudson), que investiu cerca de R$ 4 milhões no
prédio da rua Major Diogo.
Segundo Duarte, 26, filha de Tidemann, a intenção era comprar
o imóvel por R$ 4 milhões. A proprietária, Magnólia do Lago Mendes Ferreira, no entanto, não quer
menos de R$ 6 milhões.
Ferreira, 62, confirma a tentativa de negociação para a venda,
mas diz estar surpresa com a medida.
Se o contrato fosse renovado, a
partir de abril, segundo Fezu
Duarte, o aluguel passaria de R$
33 mil para cerca de R$ 38 mil.
As chaves do teatro serão entregues na próxima sexta-feira. Funcionários foram demitidos. Segundo Duarte, o recesso no TBC
iria de janeiro a fevereiro, reabrindo a temporada a partir de março.
Inaugurado em 1948, uma iniciativa do engenheiro italiano
Franco Zampari (1898-1966), o
TBC, um dos marcos do moderno
teatro nacional, foi adquirido por
Ferreira na década de 80. Ela o
alugou para a prefeitura por 12
anos e, em 98, para Tidemann.
Segundo a diretora artística, o
custo mensal da casa chega a R$
80 mil, entre aluguel e folha de pagamento, inclusive o elenco da
Cia. de Repertório do TBC. Duarte calcula investimento de R$ 1
milhão/ano para viabilizar o teatro.
"Hoje em dia só a bilheteria não
sustenta um espetáculo e o apoio
do empresariado e das leis de incentivo sempre foram imprescindíveis", diz.
"O TBC não vai fechar. Vou reabri-lo. Eu adoro o teatro, é a minha vida", diz Magnólia Mendes
Ferreira.
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