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DJ Fenton volta com "apelo brasileiro"
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Se o tecno está acabando, como
proclamam alguns, esqueceram
de avisar aos clubbers brasileiros.
O DJ Ade Fenton retorna ao país
para apresentar seu disco novo,
feito em homenagem ao público
que o assistiu em festa em São
Paulo, no começo do ano. E diz
que o gênero está crescendo em
ritmo acelerado por aqui, mais do
que em seu país, a Inglaterra.
"Atualmente há mais pessoas
que gostam de tecno no Brasil do
que na Inglaterra", afirma Fenton. "Os DJs ingleses de tecno tocam muito mais fora do país, na
Europa, Ásia e América do Sul."
Fenton está escalado para a festa
Circuito que acontece amanhã, à
beira de um lago em São Bernardo do Campo, ao lado de brasileiros como Murphy e PET Duo.
O disco que ele traz junto é o EP
de três músicas "Circuito É Vida",
que será lançado na Europa em
janeiro, pelo seu selo, Advanced
Records. "Queria um disco que tivesse um certo apelo brasileiro;
que tentasse representar o jeito
que as pessoas daqui adoram o
tecno." Fenton é, também, o comandante das noites Atomic Jam,
uma das principais do cenário
tecno inglês, que chegam a reunir
2.500 pessoas. "O clube existe há
nove anos e parece que ainda não
perdeu a energia", comemora.
Fenton é defensor ferrenho da
conexão DJ/produtor. Para ele,
com a concorrência que existe hoje, um DJ que queira se tornar conhecido mundialmente deve,
além de tocar música, fazê-la.
"Há dez anos, quando Carl Cox,
Sasha, Grooverider estouraram,
eles não precisavam fazer músicas; conseguiam ser famosos apenas como DJs. Hoje você tem que
fazer música para ser reconhecido
e conseguir datas para tocar."
O som que Fenton mostra em
seus sets é tecno, mas um pouco
mais do que isso. É tecno hard,
pesado, mas com muitas variações de EBM, com timbres de
rock industrial. "Sou fã de Nine
Inch Nails, Deftones, Marilyn
Manson."
Para o DJ, a dance music revolucionária, inovadora, está difícil de
ser encontrada. "Estamos num
ponto em que algo precisa mudar.
Não sei se precisa chamar de crise.
A dance está aí há mais de 15 anos,
e atualmente muita gente faz música com base em fórmulas", diz.
"Eu mesmo fiquei entediado com
o tecno há um ano e meio. Queria
idéias novas. As pessoas se cansaram de ouvir sempre as mesmas
coisas, as mesmas batidas."
Fenton cita como exemplo a falência de três grandes distribuidoras de discos na Inglaterra. "Mas
acho que isso é até uma coisa boa.
Sobraram poucas distribuidoras,
e agora os maus produtores não
terão como vender suas músicas."
Em um clima um pouco mais
"leve", acontece também amanhã
festa do núcleo de house Colors,
com o DJ norte-americano Jay-J.
De San Francisco, Jay-J toca house bem grooveada.
CIRCUITO. Onde: Dieters (est. José
Moura, 60, Bairro Batistini, São Bernardo
do Campo, São Paulo; inf.
www.circuitotechno.ig.com.br).
Quando: amanhã, a partir das 23h30.
Quanto: de R$ 35 a R$ 45.
COLORS. Onde: Supperclub (r.
Brigadeiro Galvão, 871, SP, tel. 0/xx/11/
3661-3894). Quando: amanhã, a partir
das 23h. Quanto: de R$ 15 a R$ 20.
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