São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Miss Kittin apresenta seu electro renovado

Sucesso no começo dos anos 2000, francesa faz show hoje na The Week

Em festival que o D-Edge promove na casa GLS, a DJ francesa se apresenta, nos vocais, ao lado do parceiro The Hacker, nos sintetizadores


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

No início dos anos 1990, a música eletrônica começou a se popularizar e artistas "sem rosto" -DJs e produtores dos quais quase nada se sabia- foram uma de suas mais notadas características. Isso mudou no final da década, quando a dance music ganhou um verniz pop, com muitos vocais e melodias mais acessíveis. Era a vez do chamado electroclash e uma de suas principais protagonistas foi a francesa Caroline Hervé, a Miss Kittin.
Dona de uma voz sedutora, ela inundou pistas de dança com versos que até hoje são ouvidos por aí. Ela retorna ao Brasil para tocar faixas como "Frank Sinatra" e "1982", em um minifestival promovido pelo clube D-Edge, hoje na The Week. O evento terá ainda Gui Boratto, o inglês Claro Intelecto, Mau Mau, entre outros.
Mas a principal atração é Miss Kittin, que se apresenta ao vivo ao lado do parceiro The Hacker (ela nos vocais, ele nos sintetizadores). Kittin já esteve no Brasil em outras oportunidades, mas na maioria das vezes como DJ -e, como DJ, ela é só mediana, com técnica limitada e repertório inconsistente. Com Hacker, ela se sai melhor.
A dupla, que já tem um disco de estúdio na bagagem, prepara um novo álbum, que deve sair em março ou abril de 2009.
"Metade do show que faremos em São Paulo é composta de músicas novas", adianta Kittin à Folha. "O disco está sendo produzido à distância. O Hacker produz algumas batidas em Grenoble [França] e me manda quando acha que já posso colocar os vocais. Aí eu gravo em minha casa. Nós nos conhecemos muito bem, funciona perfeitamente", conta Kittin.
Segundo Kittin, o álbum trará "músicas eletrônicas com melodias profundas e batidas modernas". "O desafio foi continuar sendo nós mesmos mas estarmos abertos ao que acontece na música hoje, sem cair nos clichês do passado. Acho que fomos bem-sucedidos."
"É diferente do primeiro", completa The Hacker. "Está mais maduro, talvez melhor produzido, com menos influência dos anos 1980. Mas acho que você reconhecerá imediatamente que são faixas feitas por Miss Kittin e The Hacker. Ainda usamos muitos sintetizadores analógicos e há muitos elementos de electro."

Diversidade eletrônica
Com influências de electro e dos anos 80, eles lançaram o disco de estréia, em 2001. Foram chamados de electroclash, ao lado do Fischerspooner.
"O electroclash trouxe diversidade à música eletrônica, de repente podia tocar disco, new wave e tecno no mesmo set. Foi uma época excitante para fazer música", opina The Hacker.
"Na época", diz Kittin, "não entendia toda a atenção que davam àquilo, porque nós já tocávamos aquele tipo de som havia algum tempo. Eu vinha da cena underground do tecno, então eu não gostava do hype em torno do electroclash. Hoje ainda vemos a influência daquela época em bandas como Cansei de Ser Sexy e Justice".


MISS KITTIN
Quando:
hoje, a partir das 23h
Onde: The Week (r. Guaicurus, 324, tel. 0/xx/11/3872-9966
Quanto: R$ 90 a R$ 150
Classificação indicativa: 18 anos



Texto Anterior: Música: Marianna Leporace canta Baden Powell
Próximo Texto: "Som Brasil" celebra Dorival Caymmi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.