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Miss Kittin apresenta seu electro renovado
Sucesso no começo dos anos 2000, francesa faz show hoje na The Week
Em festival que o D-Edge promove na casa GLS, a DJ francesa se apresenta, nos vocais, ao lado do parceiro The Hacker, nos sintetizadores
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
No início dos anos 1990, a
música eletrônica começou a se
popularizar e artistas "sem rosto" -DJs e produtores dos
quais quase nada se sabia- foram uma de suas mais notadas
características. Isso mudou no
final da década, quando a dance
music ganhou um verniz pop,
com muitos vocais e melodias
mais acessíveis. Era a vez do
chamado electroclash e uma de
suas principais protagonistas
foi a francesa Caroline Hervé, a
Miss Kittin.
Dona de uma voz sedutora,
ela inundou pistas de dança
com versos que até hoje são ouvidos por aí. Ela retorna ao Brasil para tocar faixas como
"Frank Sinatra" e "1982", em
um minifestival promovido pelo clube D-Edge, hoje na The
Week. O evento terá ainda Gui
Boratto, o inglês Claro Intelecto, Mau Mau, entre outros.
Mas a principal atração é
Miss Kittin, que se apresenta
ao vivo ao lado do parceiro The
Hacker (ela nos vocais, ele nos
sintetizadores). Kittin já esteve
no Brasil em outras oportunidades, mas na maioria das vezes como DJ -e, como DJ, ela é
só mediana, com técnica limitada e repertório inconsistente.
Com Hacker, ela se sai melhor.
A dupla, que já tem um disco
de estúdio na bagagem, prepara
um novo álbum, que deve sair
em março ou abril de 2009.
"Metade do show que faremos em São Paulo é composta
de músicas novas", adianta Kittin à Folha. "O disco está sendo
produzido à distância. O Hacker produz algumas batidas em
Grenoble [França] e me manda
quando acha que já posso colocar os vocais. Aí eu gravo em
minha casa. Nós nos conhecemos muito bem, funciona perfeitamente", conta Kittin.
Segundo Kittin, o álbum trará "músicas eletrônicas com
melodias profundas e batidas
modernas". "O desafio foi continuar sendo nós mesmos mas
estarmos abertos ao que acontece na música hoje, sem cair
nos clichês do passado. Acho
que fomos bem-sucedidos."
"É diferente do primeiro",
completa The Hacker. "Está
mais maduro, talvez melhor
produzido, com menos influência dos anos 1980. Mas
acho que você reconhecerá
imediatamente que são faixas
feitas por Miss Kittin e The
Hacker. Ainda usamos muitos
sintetizadores analógicos e há
muitos elementos de electro."
Diversidade eletrônica
Com influências de electro e
dos anos 80, eles lançaram o
disco de estréia, em 2001. Foram chamados de electroclash,
ao lado do Fischerspooner.
"O electroclash trouxe diversidade à música eletrônica, de
repente podia tocar disco, new
wave e tecno no mesmo set. Foi
uma época excitante para fazer
música", opina The Hacker.
"Na época", diz Kittin, "não
entendia toda a atenção que davam àquilo, porque nós já tocávamos aquele tipo de som havia
algum tempo. Eu vinha da cena
underground do tecno, então
eu não gostava do hype em torno do electroclash. Hoje ainda
vemos a influência daquela
época em bandas como Cansei
de Ser Sexy e Justice".
MISS KITTIN
Quando: hoje, a partir das 23h
Onde: The Week (r. Guaicurus, 324,
tel. 0/xx/11/3872-9966
Quanto: R$ 90 a R$ 150
Classificação indicativa: 18 anos
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