São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Crítica

"Aguirre..." vai além da atuação de Klaus Kinski

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Bastaria a presença de Klaus Kinski para fazer de "Aguirre, a Cólera dos Deuses" (TC Cult, 17h55; não indicado a menores de 12 anos) um filme inesquecível. Mas Werner Herzog tinha a nos dar bem mais.
Existe o olhar ensandecido de Aguirre, o conquistador espanhol que busca o Eldorado. O olhar é o dos visionários para quem o possível, o viável, simplesmente não faz sentido.
E existe, em seguida, o inimigo principal: a natureza. Porque Aguirre embrenha-se na Amazônia como que maculando um segredo do mundo ou como que violando uma ordem dos deuses. Como um Prometeu moderno, para ele é preciso opor-se aos deuses.
Existe também um quê expressionista no temperamento dele. De um expressionista que não houvesse notado o quanto é impossível para o homem ser maior do que os deuses, e para um homem ser maior que todos os homens.
Ainda hoje, "Borrasca" (TCM, 17h45; classificação indicativa não informada), drama da extração de petróleo.


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