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Crítica
"Aguirre..." vai além da atuação de Klaus Kinski
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Bastaria a presença de Klaus
Kinski para fazer de "Aguirre,
a Cólera dos Deuses" (TC
Cult, 17h55; não indicado a menores de 12 anos) um filme
inesquecível. Mas Werner Herzog tinha a nos dar bem mais.
Existe o olhar ensandecido
de Aguirre, o conquistador espanhol que busca o Eldorado.
O olhar é o dos visionários para
quem o possível, o viável, simplesmente não faz sentido.
E existe, em seguida, o inimigo principal: a natureza. Porque Aguirre embrenha-se na
Amazônia como que maculando um segredo do mundo ou
como que violando uma ordem
dos deuses. Como um Prometeu moderno, para ele é preciso
opor-se aos deuses.
Existe também um quê expressionista no temperamento
dele. De um expressionista que
não houvesse notado o quanto
é impossível para o homem ser
maior do que os deuses, e para
um homem ser maior que todos os homens.
Ainda hoje, "Borrasca"
(TCM, 17h45; classificação indicativa não informada), drama da extração de petróleo.
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