São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2010

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Globo de Ouro aposta em dramas da realeza

"O Discurso do Rei" soma sete indicações

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Um filme sobre a superação da gagui-gui-gui-ce pode ser tão arriscado quanto uma piada de mau gosto no começo de um texto. Mas coloque na tela personagens excêntricos e picuinhas da monarquia e você terá um trabalho com potencial para muitos prêmios.
"O Discurso do Rei", o filme do ano sobre a família real britânica, foi indicado na semana passada para 11 categorias do Critics" Choice Awards, sete do Globo de Ouro e quatro do sindicato dos atores.
Mais uma vez, o inglês Colin Firth, 50, surge como um dos favoritos ao Oscar e já foi premiado por críticos de Washington e Nova York.
Ambientada numa chuvosa Londres dos anos 20 e 30, a história fala sobre o príncipe Albert (Firth), duque de York, segundo na linha de sucessão do rei George 5º.
Numa época marcada por pomposos discursos ao vivo, Albert tem um problema: ele gagueja sempre que fica nervoso.
As tentativas de cura o levam a experiências humilhantes e a frustrantes discursos para grandes plateias, cenas um tanto aflitivas.
Para ajudar o marido, Elizabeth (Helena Bonham Carter) procura um médico pouco ortodoxo, aspirante a ator e fã de Shakespeare, Lionel Logue, interpretado pelo excelente Geoffrey Rush.
O filme gira em torno desta relação, o carismático plebeu e o irritadiço príncipe.
Os dois passam a se encontrar diariamente e a executar exercícios no simplório escritório de Lionel, como rolar no chão e gritar impropérios pela janela.
Em breve, Albert será coroado como rei George 6º, após a morte de seu pai e a abdicação ao trono de seu irmão, rei Eduardo 8º (Guy Pearce), já que este não quer largar a boa vida e deixar de se casar com uma mulher divorciada.
São fofocas assim, além das confissões do então príncipe no consultório de Lionel, que fazem o espectador espiar os rituais e fraquezas da família real.
Firth volta a chamar atenção pela sisudez da interpretação, algo notável também no premiado "Direito de Amar" (2009), no qual faz um gay que acabou de perder o parceiro de longa data.
Tais trejeitos de mau humor também podem ser vistos no seu filme de estreia, sobre a mesma época do filme do rei, "Another Country" (1984), no qual faz um estudante fechadão numa escola de burgueses.


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