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MERCADO
Após a fusão Universal/PolyGram, podem restar só quatro majors
BMG quer comprar EMI e ser a nº 1 das gravadoras
IVAN FINOTTI
da Reportagem Local
A BMG planeja comprar a EMI
em 1999. As negociações entre
duas das cinco maiores gravadoras
do mundo acontecem há pelo menos dois meses.
Caso o negócio seja concretizado, a BMG pode se tornar a líder do
mercado mundial de CDs, com
cerca de 25% de participação nas
vendas em todo o planeta.
Na semana passada, toda a configuração do mercado foi mudada
com a fusão da PolyGram com a
Universal. A PolyGram -segunda
maior gravadora do mundo, com
17% de participação no mercado- foi comprada pela indústria
canadense de bebidas Seagram,
que já possuía a Universal -a sexta do planeta, com 6%.
Assim, o "Big Six" se transformou num "Big Five", com a nova
Universal no topo do pódio -23%
de participação global. No ano que
vem, poderemos ter um "Big
Four", com a BMG na cabeça.
Por enquanto, o assunto está restrito ao altíssimo escalão. Procuradas, as sedes das gravadoras na
Alemanha (BMG) e na Inglaterra
(EMI) se negaram a dar informações. Os presidentes brasileiros de
ambas as empresas não comentaram o assunto.
Outra empresa interessada na
compra da EMI é a americana
News Corp., do megaempresário
Rupert Murdoch, que controla os
estúdios Twentieth Century Fox e
a rede de TV Fox.
Não é a primeira vez que a EMI
(Electric and Musical Industries)
está sendo cobiçada. Desde 96,
companhias como Walt Disney e a
própria Seagram -que ofereceu
US$ 9 bilhões- sondam a gravadora inglesa. A razão é simples: é a
única das grandes que não tem
uma empresa maior por trás.
Além disso, a EMI tem um dos
catálogos mais respeitáveis do
mundo. Para começar, os Beatles.
A maioria das grandes bandas de
rock inglesa, como Pink Floyd e
Queen, são da EMI.
A EMI é a mais velha companhia
de discos do mundo. Começou a
operar em 1897, vendendo gramofones e o que quer que tocasse neles.
Apesar da história, a EMI tem tido problemas financeiros. No mês
passado, anunciou que seu lucro
no primeiro semestre de 98 teve
uma queda de 22%. O grupo botou
a culpa na recessão asiática e no
desaquecimento da economia brasileira -o Brasil é o sexto maior
mercado do mundo, com 3% das
vendas globais em 97, segundo a
IFPI (Federação Internacional da
Indústria Fonográfica).
Ao contrário da centenária gravadora, a BMG (Bertelsmann Music Group) é relativamente nova no
mercado, criada em 1979. Mas
quem está por trás dela é o grupo
Bertelsmann, que começou como
uma gráfica nos anos 30.
É um gigante alemão que possui
cerca de 300 companhias, entre
jornais, revistas, estações de rádio,
redes de TV e serviços on line nas
Américas, Europa e Ásia.
A Bertelsmann possui, por
exemplo, a Random House, a
maior editora em língua inglesa do
mundo, e, em outubro deste ano,
comprou 50% das ações do serviço
de vendas de livro por Internet da
Barnes & Noble, a maior cadeia
norte-americana de livrarias.
O faturamento anual da companhia chega a US$ 15 bilhões, segundo a revista "Fortune". É mais que
a Warner (US$ 13 bilhões) e bem
menos que a Sony Mundial (US$
60 bilhões, incluindo eletrônicos),
mas é três vezes maior que o faturamento da cobiçada EMI, que
vendeu US$ 5,5 bilhões em 97
-antes da queda deste ano.
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