São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 1998

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Nietzsche viveu "triângulo metafísico"

da Reportagem Local

A psicanalista Lou Andreas-Salomé (1861-1937), admirada por Freud, era uma mulher loura, de olhos azuis perturbadores e lábios carnudos e sensuais.
Envolveu-se em pelo menos dois triângulos amorosos em sua vida -o primeiro deles, com os filósofos Friedrich Nietzsche e Paul Rée. Seu segredo de felicidade a três era não amar nunca. "Quanto maior o desejo, maior a subordinação", dizia, ciosa de sua independência.
Lou insistiu em viver junto com os dois, em um ménage que definiria como "metafísico". Não havia quase sexo, dizem, mas uma "camaradagem", e a inclinação de Salomé pelo desamor deixaria o filósofo criador do conceito do "super-homem" desiludido.
O segundo trio vivido por Salomé aconteceria entre ela, seu marido, o intelectual persa F.C. Andreas, quinze anos mais velho, e o poeta alemão Rainer Maria Rilke, então com 22 anos -ela tinha 30. Andreas apreciava Rilke, e aquiesceu em que morassem juntos.
Segundo Lou, os três faziam tudo em comum. Mas durou pouco. A possessividade de ambos a lembrava a todo momento da necessidade de explorar sua própria alma. Deixou Rilke -não Andreas-, que, em seu leito de morte, ainda chamaria por Lou Salomé. (CM)



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