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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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Público é ávido pela história do Brasil, diz autora

DA REPORTAGEM LOCAL

Maria Adelaide Amaral, autora de "A Casa das Sete Mulheres", conta um episódio dos bastidores da gravação que considera revelador sobre o papel que acredita que a minissérie pode ter:
"No início das gravações, o Werner [Schünemann, gaúcho] estava preocupado com a responsabilidade de interpretar o herói Bento Gonçalves, e com a opinião dos conterrâneos. E José de Abreu [que interpreta Onofre, amigo de Bento" lhe disse: "Você não está representando para o RS, mas para todo o Brasil. A mãe do Romário, por exemplo, lá sabe quem foi Bento Gonçalves?!". Pois é: são as mães (e filhos e netos) do Brasil que desejamos emocionar".
Leia abaixo a entrevista que a autora deu à Folha. (LM)
 
Folha - "A Casa" chegou a dar mais ibope que a novela das oito. Seria esgotamento da telenovela, ou simplesmente uma questão de acerto/erro na produção?
Maria Adelaide Amaral -
Há produtos que emplacam e outros não. E não é por desgaste do gênero, mas porque a matéria não tem ressonância popular. "Os Maias" e "Esperança" não emplacaram. "A Muralha" [série da autora, de 1999" e "A Casa" sim. Se tivéssemos a fórmula do sucesso, não haveria erro nem perplexidade.

Folha - Minisséries podem ser um caminho para a teledramaturgia?
Amaral -
Particularmente acho o "crème de la crème" do que se faz em termos de teledramaturgia. Adoraria só fazer minisséries.

Folha - Como a sra. compara a experiência que está tendo com "A Casa" e a que teve com "Os Maias"?
Amaral -
"A Casa" tem todos os ingredientes de sucesso: casting perfeito, direção ágil, narrativa clara. A história encontra ressonância porque o público é ávido por conhecer fatos que dizem respeito ao Brasil, sobretudo aqueles sobre os quais ouviu vagamente mencionar na escola e agora são apresentados de modo através do qual ele pode realmente aprender.
"Os Maias" era um produto sofisticado e de matéria estranha ao grosso dos brasileiros. Apesar dos problemas, me orgulho muito de tê-la escrito. Foi um grande momento da TV brasileira.

Folha - Leticia Wierzchwski tem a história como base do livro "A Casa", mas dá um salto à ficção. Sua adaptação dá salto ainda maior?
Amaral -
Tivemos de ousar mais, pois a matéria do livro daria no máximo para 20 capítulos, e tínhamos 52 a fazer. Novos personagens foram acrescentados.



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