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Público é ávido pela história do Brasil, diz autora
DA REPORTAGEM LOCAL
Maria Adelaide Amaral, autora
de "A Casa das Sete Mulheres",
conta um episódio dos bastidores
da gravação que considera revelador sobre o papel que acredita
que a minissérie pode ter:
"No início das gravações, o
Werner [Schünemann, gaúcho]
estava preocupado com a responsabilidade de interpretar o herói
Bento Gonçalves, e com a opinião
dos conterrâneos. E José de Abreu
[que interpreta Onofre, amigo de
Bento" lhe disse: "Você não está
representando para o RS, mas para todo o Brasil. A mãe do Romário, por exemplo, lá sabe quem foi
Bento Gonçalves?!". Pois é: são as
mães (e filhos e netos) do Brasil
que desejamos emocionar".
Leia abaixo a entrevista que a
autora deu à Folha.
(LM)
Folha - "A Casa" chegou a dar
mais ibope que a novela das oito.
Seria esgotamento da telenovela,
ou simplesmente uma questão de
acerto/erro na produção?
Maria Adelaide Amaral - Há produtos que emplacam e outros
não. E não é por desgaste do gênero, mas porque a matéria não tem
ressonância popular. "Os Maias"
e "Esperança" não emplacaram.
"A Muralha" [série da autora, de
1999" e "A Casa" sim. Se tivéssemos a fórmula do sucesso, não
haveria erro nem perplexidade.
Folha - Minisséries podem ser um
caminho para a teledramaturgia?
Amaral - Particularmente acho o
"crème de la crème" do que se faz
em termos de teledramaturgia.
Adoraria só fazer minisséries.
Folha - Como a sra. compara a experiência que está tendo com "A
Casa" e a que teve com "Os Maias"?
Amaral - "A Casa" tem todos os
ingredientes de sucesso: casting
perfeito, direção ágil, narrativa
clara. A história encontra ressonância porque o público é ávido
por conhecer fatos que dizem respeito ao Brasil, sobretudo aqueles
sobre os quais ouviu vagamente
mencionar na escola e agora são
apresentados de modo através do
qual ele pode realmente aprender.
"Os Maias" era um produto sofisticado e de matéria estranha ao
grosso dos brasileiros. Apesar dos
problemas, me orgulho muito de
tê-la escrito. Foi um grande momento da TV brasileira.
Folha - Leticia Wierzchwski tem a
história como base do livro "A Casa", mas dá um salto à ficção. Sua
adaptação dá salto ainda maior?
Amaral - Tivemos de ousar mais,
pois a matéria do livro daria no
máximo para 20 capítulos, e tínhamos 52 a fazer. Novos personagens foram acrescentados.
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