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RUÍDO
Downloads de Marisa
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A exemplo de Ed Motta, Marisa Monte ainda coloca restrições
à disponibilização avulsa de
músicas suas para download via
internet. Ela só permite baixar
seus álbuns inteiros no iMusica
(por enquanto a única loja virtual nacional que se assemelha,
de longe, à coqueluche iTunes).
Segundo Claudio Campos, do
iMusica, somados os preços das
faixas, o custo final sai por R$ 28
-o preço de um CD na loja,
mas sem a capa.
O empresário de Marisa, Leonardo Netto, diz que não é bem
assim. "Esse contrato foi feito há
uns quatro anos. Estamos neste
exato momento renegociando
para disponibilizarmos o catálogo da Phonomotor (selo de Marisa) por músicas", explica.
Segundo ele, a artista não faz
nenhuma ressalva à necessidade
de desmembrar seus álbuns. É
menos radical, pois, que Ed
Motta, que prefere ironizar a
"moda" dos downloads:
"Quando essa prática se transformar em praxe pode deixar
que eu vou achar charmosinho
ver meu disco transformado em
coletânea de compactos, assim
como fico impressionado com a
criatividade dos DJs nessas pérolas intituladas remix".
Outros artistas ouvidos pela
Folha colocam lenha no assunto, sob condição de anonimato:
afirmam temer um monopólio
do iMusica e esperam o mercado local de downloads ficar mais
competitivo -e rentável.
LÁ E CÁ
Sai no final de março, em
lançamento mundial, "In
Rotation", encontro entre o DJ
Marky e Xerxes. A reunião
ainda não tem data certa para
ganhar edição nacional -mas
a Universal quebrou seu tabu
contra a eletrônica nacional e
firmou acordo de distribuição
com o Innerground, selo
independente de Marky e
Xerxes.
SECOS & PAREDE
Consuma-se em março o
encontro entre o veterano Ney
Matogrosso e os modernos
Pedro Luís e A Parede. O
cardápio de "Vagabundo"
inclui regravação de "Assim
Assado", dos Secos &
Molhados, e composições das
vanguardas paulista (Itamar
Assumpção, Alzira Espíndola)
e carioca (Antônio Saraiva,
Rodrigo Cabelo).
TECNOMACUMBA
A maranhense Rita Ribeiro
retomará no projeto
"Tecnomacumba" as fusões
testadas na inaugural
"Jurema" (97). Sem gravadora,
ela pretende registrar ao vivo
versões inéditas e
"eletronizadas" de música
ritual brasileira, tipo
"Domingo 23" (Jorge Ben),
"Oração ao Tempo" (Caetano
Veloso) e "Cavaleiro de
Aruanda" (Tony Osanah,
gravada por Ronnie Von).
OUÇA, LEIA, VEJA
O rapper Thaíde prepara
também na base do "faça você
mesmo" seu primeiro disco
solo. Além desse, pretende
produzir um CD como
integrante da banda Edição
Especial. E lançar um livro
contando a história do hip hop
nacional sob seu ponto de
vista. E mostrar num
documentário o hip hop "do
jeito que ele é, não do jeito que
estão vendo". Escaldado, ele
diz que não deve prometer
datas de conclusão.
HIBERNANDO
Paralisada desde a semana
passada, a Eldorado diz que vai
tentar licenciar seu catálogo
(que inclui raridades do samba
e música brasileira
contemporânea) para que ele
continue em circulação. E que
o fechamento não é definitivo:
a gravadora afirma que espera
momento econômico mais
adequado para retomar
atividades.
@ - psanches@folhasp.com.br
O NÃO-LANÇAMENTO
Já que é Carnaval... Quem é
antigo ou gosta de cultivar
memória não passará a data
sem pensar em Marlene e
Emilinha Borba, rainhas absolutas dos Carnavais românticos da primeira metade do século 20. Em 1977,
Marlene tentava recuperar a
lembrança já esburacada
nessa "Antologia da Marchinha" (Philips, hoje Universal). O disco reunia em sua
voz firme pot-pourris de gala com o que ela e o produtor
Aloysio de Oliveira julgavam
ser a nata do formato marchinha. Portavam os estandartes de João de Barro, Lamartine Babo, Assis Valente,
Noel Rosa, Joubert de Carvalho, Custódio Mesquita, Ary
Barroso e Francisco Mattoso. Mas também abriam alas
aos carnavais melancólicos
de Tom Jobim e Chico Buarque. Se fosse hoje, por certo
fantasiariam Los Hermanos,
Marcelo D2 e Lanlan.
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