São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

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Crítica

Tendler perde-se no labirinto de Glauber

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Glauber Rocha em si era um labirinto. E o Brasil que nos dá a ver também é um tanto labiríntico. De maneira que o documentário de Silvio Tendler "Glauber, o Filme - Labirinto do Brasil" (Canal Brasil, 22h35) não erra pelo nome.
No entanto, estará o filme à altura do título? Na verdade, a opção de Tendler é outra: fazer um documentário didático, tornar Glauber de certa forma acessível a um grande público.
É um partido, não necessariamente o melhor, mas também não censurável. As cenas em que Tendler mais aposta como atração de seu filme, no entanto, o são.
Se Glauber filmou o velório de Di Cavalcanti (fez do velório um "happening", na verdade), Tendler filmou o enterro de Glauber com o respeito ambíguo do voyeur.
O resultado é meio chocho, meio morno, nem Deus, nem Diabo, nem labirinto: uma cerimônia oficial, quase acadêmica, feita de gestos previsíveis, e não o Carnaval que Glauber merecia.


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