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Os computadores tornaram mais fácil fazer filmes e até mesmo criar atores virtuais, iguais a seres humanos
Uma idéia, uma câmera e um... micro
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
Seres digitais, cenários virtuais e
filmes feitos na garagem de casa
por jovens aspirantes a cineastas.
Esse é o cenário que a tecnologia
digital desenha para o século 21.
Com o uso de computadores e
câmeras de vídeo, fazer filmes ficou mais fácil. O processo de revelar películas está se tornando desnecessário e obsoleto.
No lugar da revelação do celulóide entra a digitalização. Já hoje,
uma pessoa com um computador,
uma placa que digitaliza vídeo e
uma câmera VHS comum (cerca
de R$ 3 mil em equipamento) pode
começar a criar seu material.
Basta gravar as cenas em vídeo e,
por meio da placa colocada em seu
computador, digitalizar as imagens e editá-las em programas que
vêm de brinde com a placa digitalizadora. Com eles, é possível até fazer efeitos especiais fundindo as
imagens de atores com cenários
criados num computador.
Essa geração que produz seus
próprios filmes numa garagem ou
escritório cresceu sob influência
dos episódios de "Guerra nas Estrelas", criados por George Lucas.
A série estréia novo capítulo no
Brasil em junho deste ano, "A
Ameaça Fantasma - Episódio 1".
O filme estará recheado de criaturas digitais e cenários totalmente
criados nos computadores da Industrial Light & Magic, a empresa
de efeitos especiais de Lucas, e inspira os fãs a criarem seus filmes.
Veja o caso de Kevin Blades, 30.
Ele decidiu fazer um filme baseado
no universo de "Guerra nas Estrelas", que se chamará "O Legado", e
está reunindo atores. A história se
passa 60 anos após de "O Retorno
de Jedi", o último filme da série
lançado até o momento.
Blades gravará as imagens sobre
a parede pintada de azul de sua garagem em Ontário, no Canadá.
Depois, adicionará cenários virtuais e pretende até modelar um
pequeno alienígena em seu computador que irá interagir com os
atores reais. Tudo isso por menos
de US$ 3 mil.
Outra produção ligada a "Guerra
nas Estrelas" foi criada pelo designer de home pages nova-iorquino
Jason Wishnow, 25, um documentário que mostra os fãs na véspera
da reestréia do primeiro episódio
restaurado de "Guerra nas Estrelas", em 1997, nos EUA.
Wishnow usou a Internet para
recrutar e treinar cinco equipes em
cidades diferentes. Ele coordenou
conferências online sobre quais
câmeras de vídeo alugar, qual enquadramento e que perguntas fazer.
As equipes enviaram as fitas a
Wishnow, que as digitalizou e editou em seu computador. O filme
custou menos de US$ 2,5 mil.
Interessado nessa mudança na
forma de produzir filmes, o designer decidiu montar um site dedicado a mostrar vídeos digitais
(www.newvenue.com).
Para ele, essa é uma nova mídia
que pode ser distribuída pela Internet sem intermediários.
No site, é possível achar uma espécie de manifesto estético citando
parâmetros para produção de vídeos.
Segundo Wishnow, deve-se fazer
filmes com poucos movimentos,
som de pior qualidade e em preto-e-branco, porque isso diminui o
tamanho dos arquivos e facilita a
cópia via Internet.
Atores virtuais
Mas a criação de atores virtuais
iguais aos seres humanos é o ramo
de maior interesse para os próximos anos.
A idéia é criar tanto seres "inéditos" como personificações de artistas como Marilyn Monroe e Elvis Presley, por exemplo.
Esses seres já têm um nome estranho e intraduzível criado por
um dos idealizadores dos monstros digitais de "Parque dos Dinossauros": synthespians.
Há uma empresa criada para comercializar a imagem desses artistas que ainda vão surgir, o criador
é Mark Rosenblatt. Ele já foi agente
de atores reais e enxergou na tecnologia uma oportunidade.
"Estamos apenas expandindo o
repertório de criatividade. Afinal
de contas, por que temos Mickey
Mouse ou Pernalonga em vez de
um ser humano usando uma fantasia?", afirma Rosenblatt.
O diretor James Cameron, que
gastou US$ 220 milhões em "Titanic" e estava interessado em fazer
um filme com atores virtuais, mas
desistiu por achar caro demais,
acha que eles estão sendo superestimados. "Os animadores de atores
virtuais não são capazes de tomar
as decisões artísticas que atores
reais tomariam."
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