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Brasileiros criam pequenos estúdios caseiros
da Reportagem Local
No Brasil, a trilogia de George
Lucas também inspirou uma geração de aspirantes a cineastas.
Num estúdio próximo à avenida
Paulista, em São Paulo, os desenhistas que formam a Fábrica dos
Quadrinhos estão montando um
estúdio de animação.
O grupo produziu em 38 dias o
clipe de animação do grupo Titãs,
"Os Cegos do Castelo", em 97.
"Sem computadores o trabalho seria possível, só que muito mais dispendioso e precisaria de uma equipe muito maior", afirma Eduardo
Schaal, 28, um dos ilustradores.
Ele, que já chegou a trabalhar em
estúdios de animação no Brasil, é
também fã de "Guerra nas Estrelas". "Comecei a desenhar porque
queria muito ser capaz de criar algo parecido com o que eu via naqueles filmes cheios de naves espaciais, na minha infância", revela.
Agora, o estúdio está produzindo
um desenho humorístico intitulado "Canibytes", que mostra histórias curtas de um índio canibal. O
personagem foi totalmente desenhado em programas de modelagem em 3D.
O equipamento usado pelo grupo não tem nada de extraordinário. É um Pentium que pode ser
comprado em qualquer loja por
pouco mais de R$ 2 mil. O mais caro são as placas especiais que geram o sinal para um videocassete
profissional. O custo final fica em
torno de R$ 6 mil.
Usando soluções ainda mais baratas, o analista de sistemas Bruno
Accioly, 27, montou um pequeno
estúdio em seu apartamento no
Flamengo, no Rio de Janeiro.
Ele é mais um fã da obra de George Lucas. Nas estantes do seu escritório, há uma coleção de fitas de
"Guerra nas Estrelas" e uma enciclopédia sobre a trilogia.
Accioly está criando filmes nos
quais junta seres humanos com
bonecos e cenários modelados em
três dimensões. As animações são
para um jogo de computador de
ficção científica que ele está produzindo, e pretende lançar ainda este
ano. O tema é a colonização de um
sistema espacial.
Ele grava as imagens numa câmera VHS comum e as digitaliza
por meio de uma placa obsoleta,
que não vale mais do que R$ 100,
instalada em seu computador.
Como o equipamento já era usado para o seu trabalho como analista, o investimento real para tornar-se um criador de filmes ficou
abaixo dos R$ 1.200, somando a câmera e a placa.
"Essas tecnologias estão tão integradas no cotidiano que as pessoas
perdem a capacidade de se deslumbrar. O que eu faço hoje em casa seria impossível há quatro ou
cinco anos", conclui.
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