MARCELO DIEGO
de Nova York

A lista de indicados ao Oscar, divulgada no último dia 9, trouxe algumas surpresas e deixou de lado várias apostas certas entre o meio cinematográfico. O grande prejudicado foi o filme "The Truman Show - O Show da Vida".
A obra era tida como garantida entre os cinco concorrentes a melhor filme, mas não foi incluída.
Jim Carrey, vencedor do Globo de Ouro de melhor ator dramático, liderava as apostas por um lugar entre os finalistas ao Oscar, mas acabou ficando de fora.
O Globo de Ouro também não deu sorte a Michael Caine, vencedor na categoria melhor ator em comédia ou musical por "Little Voice", mas também excluído das chances de Oscar.
Segundo especialistas e membros da indústria cinematográfica, em entrevistas aos jornais americanos, mas na condição de anonimidade, o Globo de Ouro pode ter prejudicado Jim Carrey.
A explicação seria a seguinte: um prêmio como o Oscar não seria bem-visto a Carrey, famoso por suas comédias (como "Ace Ventura"). Ele precisaria mostrar uma sequência de trabalhos dramáticos para receber a indicação.
Uma tese no mínimo polêmica, pois o hoje querido da Academia, Tom Hanks (vencedor de duas estatuetas, concorrendo novamente por "O Resgate do Soldado Ryan"), abandonou uma sequência de comédias para levar sua primeira indicação em 1988, por "Quero Ser Grande".
Como Carrey ganhou o Globo de Ouro, serviu como "prêmio de consolação". O Globo foi escolhido pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood e entregue em 20 de janeiro. Os membros da Academia podiam escolher os finalistas ao Oscar até dia 29.
Na categoria melhor ator, a grande surpresa parece ter sido a indicação de Roberto Benigni, por "A Vida É Bela". Além de Carrey e Caine, Bill Murray ("Rushmore") e John Travolta ("A Civil Action") eram nomes muito mais fortes.
Outro filme que decepcionou foi "Bem-Amada", adaptação da obra de Toni Morrison. Cotado para melhor filme e para dar um prêmio de atriz a Oprah Winfrey, a película só foi indicada para figurino.
A brasileira Fernanda Montenegro ganhou sua indicação, causando grande surpresa nos EUA. Susan Sarandon era mais cotada, pelo seu papel em "Lado a Lado".
E o que ninguém esperava aconteceu: Sean Penn ficou de fora da corrida. A aposta era se ele conseguiria uma "dobradinha", com indicações para melhor ator (por "Hurlyburly") e ator coadjuvante ("Além da Linha Vermelha").
O que revistas especializadas trouxeram, na semana posterior à indicação, foi perplexidade com a força apresentada por "Shakespeare Apaixonado" e "A Vida É Bela". "Shakespeare" por ter conseguido mais indicações do que "O Resgate do Soldado Ryan" (13 contra 11). E "A Vida é Bela" pelo número de indicações, sete, um recorde para um filme estrangeiro.
A obra italiana continua batendo recordes nos EUA. Ele já se tornou o filme de língua não-inglesa com maior bilheteria no país. Faturou US$ 21.867.419,00 em todo os EUA (o filme está sendo exibido em 644 cinemas). "Central do Brasil" está sendo exibido em 93 salas pelo país e arrecadou US$ 2,2 milhões.


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