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LITERATURA
Autor recebe na quarta, por sugestão do presidente da França, insígnia criada por Napoleão em 1802
Paulo Coelho volta a ser cavaleiro francês
CASSIANO ELEK MACHADO
Editor-adjunto da Ilustrada
Usando a mesma gravata azul
com cavalinhos amarelos que ostenta desde seu primeiro prêmio
internacional, o italiano Grinzane
Cavour, em 1996, Paulo Coelho
recebe nesta quarta-feira a principal comenda francesa.
Por sugestão do presidente
francês Jacques Chirac (leia carta
ao lado), o autor de "O Alquimista" passa a ser Cavaleiro da Legião
de Honra da França, insígnia criada por Napoleão Bonaparte em
1802 já distribuída para nomes
tão díspares como um dos pais do
cinema, Auguste Lumière, e para
o empresário e deputado federal
Carlos Eduardo Moreira Franco
(PFL-SP).
Coelho recebe a medalha de cinco pontas das mãos do editor Robert Laffont, nome central do
mercado editorial francês, em cerimônia com 500 convidados na
embaixada do Brasil em Paris.
Não é a primeira honraria de
Coelho em território francês. O
"mago" já fora condecorado Cavaleiro das Artes e das Letras em
1996. Dos 119 países nos quais já
está publicado, em 44 idiomas, é
lá que recebeu as maiores homenagens. E foi de lá, onde acaba de
lançar seu mais recente best seller,
"Veronika Decide Morrer", que
Paulo Coelho falou com a Folha.
Sucesso foi o tema principal da
conversa. Segundo os cálculos de
Coelho, até dezembro suas vendas já haviam ultrapassado os 26
milhões de exemplares. "Só na
França já vendi 4.756.000 livros",
comemora. "Já ganhei diversos
prêmios, mas esse é o principal, o
reconhecimento do leitor."
Com brilho na voz, o escritor
comentou o reconhecimento de
um leitor especial.
No mês passado, Coelho foi
convidado para um um encontro
com o presidente dos EUA Bill
Clinton, em Davos, Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.
"Eram apenas 30 convidados, todos políticos, empresários e chefes de Estado. Foi uma reunião
muito familiar."
Segundo ele, o presidente elogiou "O Alquimista", que leu (o
que demonstrou publicamente,
ao sair de um helicóptero com o
volume em mãos) seguindo conselho da filha, Chelsea, e da mulher, Hillary. "Clinton me convidou para visitar a Casa Branca em
junho", completou.
Mas é "Veronika Decide Morrer" que está trazendo as maiores
alegrias para Coelho atualmente.
"Nunca tive tantas críticas positivas como as que estou recebendo
de jornais como o "Figaro" e de revistas como a "L'Express'", comentou o escritor.
Ele também demonstrou entusiasmo com o fato de ter seu rosto
pintado em diversos ônibus que
circulam em Paris e em outras 14
cidades francesas. "Não é só na
parte de trás dos ônibus. Estou
pintado em toda a lataria dos veículos da linha 87", diz.
E Coelho viaja muito além das
ruelas parisienses. Nas próximas
semanas ele vai para a Alemanha
e para a Áustria para lançar a versão em alemão de "Veronika...".
E o diário do mago tem mais
uma série de viagens programadas para os meses seguintes. "Estou muito curioso para visitar o
Irã, para onde fui convidado recentemente", diz o escritor, que
também tem bilhetes aéreos para
Polônia e Estados Unidos, entre
outros países.
Nesse meio tempo, o escritor
quer amadurecer a idéia de seu
próximo livro, que já está praticamente pronto, segundo Coelho.
Ele disse que não vai comentar
por enquanto o conteúdo do livro, que só deve ser publicado no
final do ano, ou no início de 2001,
mas adiantou para a Folha o título do seu trabalho: "Será "O Demônio e a Senhorita Pryn", assim
mesmo, com ipsilon".
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