THALES DE MENEZES
especial para a Folha

No mundo inteiro, o comércio de fitas de vídeo de rock nada contra a corrente do consumo de CDs. Enquanto a molecada avança nas prateleiras de discos, transformando em milionários grupos medíocres como Blink 182, o consumidor de homevideo é basicamente trintão ou quarentão. Três lançamento da ST2 Vídeo no Brasil reforçam a tese. Doors, Rolling Stones e um grupo de seletos convidados da Anistia Internacional para um shows em Paris são os protagonistas das fitas, que atingem mais as almas veteranas. "Live in Europe 1968", do Doors, tem o maior valor arqueológico. Traz imagens da turnê do grupo californiano por Londres, Estocolmo, Frankfurt e Amsterdã, em apresentações que boa parte da crítica considera o último momento do Doors em plena forma. No palco, Morrison ainda está bonitão e, em alguns momentos, imerso em puro transe. Integrantes do Jefferson Airplane, banda que acompanhou o Doors na turnê, relatam no vídeo como o ritmo do cantor era animalesco. Grace Slick, vocalista do JA, conta como Morrison aceitava todas as drogas que lhe eram oferecidas. Em Amsterdã, isso implicava consumo contínuo. O único defeito da fita é ter música de menos e conversa exagerada. Uma exibição mais longa dos shows seria impecável. A banda toca "Light My Fire" e outros hits, mas fica fragmentado na edição. Música é o que não falta em "Bridges to Babylon", registro da última excursão dos Rolling Stones, a mesma que passou por São Paulo, com a memorável participação de Bob Dylan. As apresentações na fita foram escolhidas de shows na Europa, mas tanto faz. Os Stones são a maior banda de rock do mundo em qualquer lugar. O telão é matador? Sim. Mick Jagger domina o palco? Sim. Keith Richards é a imagem definitiva do rock and roll? Sim. E o repertório é uma covardia: "Satisfaction", "Sympathy for the Devil", "Like a Rolling Stone", só clássicos. É só ver e rever e rever... Já o repertório é o problema de "The Paris Concert for Amnesty International". Megaconcerto realizado na capital francesa, o evento reuniu gente que veio com a banda toda e outros que pegaram um violãozinho e improvisaram um "acústico". Alguns estão em momentos de baixa, como Peter Gabriel, Tracy Chapman e Bruce Springsteen. Outros vivem seu auge, como Alanis Morissette, Shanya Twain e Radiohead, mas duas ou três músicas de cada um não chegam a empolgar os fãs. O show fica com cara de amostra grátis.

Fita: Live in Europe 1968
Grupo: The Doors
Avaliação:     

Fita: Bridges to Babylon
Grupo: The Rolling Stones
Avaliação:     

Fita: The Paris Concert for Amnesty International
Artistas: vários
Avaliação:   

Distribuidora: ST2 Vídeo
Preço médio: R$ 28 (cada filme)


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