São Paulo, domingo, 20 de março de 2005

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Artistas valem quanto vendem

DA SUCURSAL DO RIO

O despencar das vendas de CDs nos últimos anos abalou o mercado fonográfico e levou as multinacionais a fazer um "enxugamento". Traduzindo: demissões em massa e cortes de investimentos. Seus elencos reduzidos passaram a ter, quase exclusivamente, artistas com muito potencial de venda.
Cantores com notória qualidade, mas apelo comercial inferior aos padrões atuais, não têm -e, em muitos casos, nem querem ter- lugar nas grandes gravadoras. São os casos de Maria Bethânia, Gal Costa, Paulinho da Viola, Edu Lobo e João Bosco.
"Houve uma seleção natural. Não adianta manter artistas com excelentes críticas, mas que não tenham vendas", afirma José Antonio Eboli, da Universal, citando Caetano Veloso como o artista ideal, por unir os dois mundos.
"Havia contratos caríssimos, e renegociamos por uma questão de realidade", diz Alexandre Schiavo, da Sony BMG.
Maior estrela da Biscoito Fino e de todo o segmento independente, Maria Bethânia esbanja as multinacionais: diz que nunca foi tão divulgada aqui e no exterior como agora e que não pretende voltar às grandes. "Nossa Senhora não há de permitir", brincou em recente entrevista à Folha.
O último CD de Gal Costa saiu pela Indie Records. João Bosco, depois de vários anos na Sony, passou a negociar com independentes como a Trama. Edu Lobo e Paulinho da Viola pensam em fazer seus próximos discos por conta própria e depois lançá-los com distribuição de uma gravadora.


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