São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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ÓPERA
Soprano espanhola se apresenta a partir do dia 28 em Pelotas, São Paulo e Manaus
Caballé canta com a filha no Brasil

especial para a Folha

Aos 64 anos, Montserrat Caballé está de volta ao Brasil. Aclamada no início da carreira como "a nova Callas", a soprano espanhola ficou conhecida do grande público por suas incursões no mundo pop, em parceria com Freddie Mercury.
No Brasil, ela canta com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre em Pelotas (RS, dia 28), São Paulo (1º de abril) e Manaus (4 de abril), com a participação de sua filha, Montse. O progama inclui árias de óperas e zarzuelas (teatro musical espanhol).
Caballé falou com exclusividade à Folha de Karlsruhe (Alemanha), onde estava gravando, pela BMG, um disco com sua filha.

Folha - Como é cantar com sua filha?
Montserrat Caballé -
Deixa-me muito alegre. Ficamos muito surpresas, há alguns anos, quando nos pediram para cantar juntas. Hoje, temos cada qual uma carreira própria e, de vez enquanto, procuramos nos apresentar juntas.
Folha - A voz de Montse é parecida com a sua?
Caballé -
Não. Ela é uma soprano lírica e tem uma personalidade muito própria, tanto no som quanto na interpretação.
Folha - Como está sua carreira hoje? Concentrada em recitais?
Caballé -
Sim. Faço uma carreira de recitais e concertos, com algumas óperas esporádicas. A última foi "Herodiade", de Massenet, há oito meses, em Londres.
Folha - Seu último disco lançado no Brasil foi "Friends for Life", em que a sra. atua com cantores pop.
Caballé
Era para comemorar o 10º aniversário da morte de Freddie Mercury. Nossa relação começou em 1986, quando ele esteve na Espanha e quis me conhecer. Ele me pediu para cantar algo para os jovens. Fizemos a canção "Barcelona", para as Olimpíadas.
Folha - Ele conhecia ópera?
Caballé -
Sim, ele havia estudado como barítono. Na casa dele, perguntei um dia: "Por que não gravamos um disco, você como barítono e eu como soprano?". Ele me disse: "Não, se eu mudar a voz, meus fãs me matam!" (risos).



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