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CRÍTICA
A voz certa no lugar certo
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
Editor de Domingo
A voz certa na hora certa,
Gal Costa surgiu para o
Brasil na espuma da bossa,
mas marcou definitivamente sua presença como
intérprete do tropicalismo
-do qual foi ponta-de-lança quando Caetano Veloso
e Gilberto Gil foram mandados para Londres.
A antológica interpretação de "Baby", a releitura
daquelas canções do Roberto, o cabelo enorme, as
roupas hippies, o disco
com a capa histórica de Hélio Oiticica. E depois, a Gal
Fa-Tal, cantando a todo vapor, com a Bolha, no palco
do Teresão, em Copacabana. A Gal de "Vapor Barato", de "Charles, Anjo 45",
de "Antonico", voz e retrato de uma época.
Ok, depois virou "senhora", estourou na classe média, saiu dos círculos cultivados e foi para a grande
consagração. É hoje a cantora do Brasil. A número 1.
O show que reestréia em
São Paulo, com nova cara, é
uma síntese dessa história.
A Gal de Tom Jobim, de
João Gilberto, de Caetano,
de Chico Buarque, de Roberto Carlos, de Jorge Ben
Jor, de Wally Salomão e
Jards Macalé, mas também
de Ary Barroso e das velhas
canções do Brasil.
O show é, portanto, para
todos os admiradores de
uma voz que ficará gravada
para sempre na memória
auditiva desse país de ouvido musical.
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