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O ARRANJADOR
Ramos é a alma do show
CARLOS BOZZO JUNIOR
especial para a Folha
A contribuição de um
bom arranjador para um
compositor e sua obra é incomensurável. Prova disso
é o trabalho realizado por
Luiz Claudio Ramos, 49, carioca, violonista e arranjador do mais recente disco
de Chico Buarque.
No show, nem mesmo
hits consagrados do compositor, como "Construção", escaparam da caneta
sutil do arranjador. Ramos
principia "vestindo-a" com
um xote para depois "desnudá-la" num samba sem,
contudo, descaracterizá-la.
Durante todo o espetáculo, os arranjos do músico
proporcionam a Buarque
um passeio seguro e afinado pelas ruas bem reconstruídas de sambas, baladas,
xotes, fados e blues.
"Tive tempo para trabalhar as músicas, mas, durante os primeiros shows,
ainda tive de cortar uma
frase aqui ou ali", disse o
músico, no fim do show.
Ladeado por feras como o
baterista Wilson das Neves
e o percussionista Chico Batera, Ramos consegue a dose exata de som e criatividade de cada músico.
Parceiro de Buarque e Aldir Blanc, Ramos teve apenas um disco solo, lançado
em 80, e prepara um com
músicas de Tom Jobim.
Somando a seu talento arranjadores desse porte,
Chico nunca vai passar.
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