São Paulo, Sábado, 20 de Março de 1999
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O ARRANJADOR
Ramos é a alma do show

CARLOS BOZZO JUNIOR
especial para a Folha

A contribuição de um bom arranjador para um compositor e sua obra é incomensurável. Prova disso é o trabalho realizado por Luiz Claudio Ramos, 49, carioca, violonista e arranjador do mais recente disco de Chico Buarque.
No show, nem mesmo hits consagrados do compositor, como "Construção", escaparam da caneta sutil do arranjador. Ramos principia "vestindo-a" com um xote para depois "desnudá-la" num samba sem, contudo, descaracterizá-la.
Durante todo o espetáculo, os arranjos do músico proporcionam a Buarque um passeio seguro e afinado pelas ruas bem reconstruídas de sambas, baladas, xotes, fados e blues.
"Tive tempo para trabalhar as músicas, mas, durante os primeiros shows, ainda tive de cortar uma frase aqui ou ali", disse o músico, no fim do show.
Ladeado por feras como o baterista Wilson das Neves e o percussionista Chico Batera, Ramos consegue a dose exata de som e criatividade de cada músico.
Parceiro de Buarque e Aldir Blanc, Ramos teve apenas um disco solo, lançado em 80, e prepara um com músicas de Tom Jobim.
Somando a seu talento arranjadores desse porte, Chico nunca vai passar.


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