São Paulo, Sábado, 20 de Março de 1999
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Objetivo é preservação

da Sucursal do Rio

"O nome de Portinari está fadado ao esquecimento. Pergunte a um jovem de 16 anos quem foi Portinari e provavelmente ele não saberá. Dentro de muito pouco tempo, o brasileiro saberá de Portinari tanto quanto sabe de outros pintores do século passado. Aliás, no ano 2001, ele será um pintor do século passado."
Essa convicção motivou o fotógrafo Flávio Damm a editar o livro com um "detalhe" que considera fundamental: o preço.
Segundo Damm, em pesquisa recente que fez em 18 livrarias do Rio, encontrou só dois livros com obras do pintor, mas sem informações bibliográficas: "Pintores do Mercosul", custando R$ 60, e outro sobre antropofagia por R$ 120.
"Meu interesse é fazer um livro único, raro, porque não existe nenhum documentário como esse sobre nenhum pintor brasileiro. Mas minha preocupação é fazer uma publicação que não tenha preço proibitivo", disse o autor, que quer lançar o livro por R$ 25.
"37 Anos sem Portinari, 37 Fotos com Portinari" será publicado primeiro pela editora italiana Fratelli di Rosa, em versões em francês, espanhol e italiano.
"Só um editor europeu teve a sensibilidade de entender a importância de publicar um documentário fotográfico de Portinari."
No Brasil, Damm ainda está negociando com uma editora de livros do Rio.
Para ele, a "ineficiência do Projeto Portinari" -presidido pelo filho do pintor, João Candido, desde 79, para divulgar sua obra- é um dos motivos pelos quais considera que o nome do artista está "fadado ao esquecimento". Procurado pela Folha, João Candido disse que não pretende "polemizar com o fotógrafo".


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