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Pintor era vaidoso e tinha manias
da Sucursal do Rio
Junto com as fotos tiradas nos
dois últimos anos de vida de Candido Portinari, que serão publicadas no livro "37 Anos sem Portinari, 37 Fotos com Portinari", o fotógrafo Flávio Damm tirou muitas
conclusões sobre o pintor.
Uma: Portinari não era nada paciente. Tanto é que o contratou para fotografar a neta, "já que sabia
que criança pequena chora, tem
dor de barriga, não fica quieta, e ele
provavelmente não teria a pachorra necessária para retratá-la como
queria".
Outra: era muito ensimesmado e
não estava interessado em fazer
amigos. E era um homem vaidoso.
"Portinari se enfeitava muito para trabalhar. Normalmente usava
colete, gostava de camisas vermelhas e colocava maquiagem leve."
Com a convivência diária, mais
uma constatação: Portinari tinha
mania de perseguição.
"Ele fazia restrição a muitas pessoas. Nunca sabia quem se aproximava por gostar dele ou por querer
alguma coisa. Um dia me disse que
os críticos o perseguiam porque
ele não bebia cachaça."
Impaciente, ensimesmado, vaidoso, de poucos amigos e pouca
conversa, assim era Portinari, segundo Damm, mas acima de tudo,
concluiu no final de dois anos de
convívio, era metódico.
"Portinari tinha uma vida episódica. Nunca misturava suas atividades. Tinha o momento do trabalho, do café, do cachimbo."
Foi por isso que resolveu dividir
o livro "37 Anos Sem Portinari, 37
Fotos com Portinari" assim como
o pintor dividia o seu dia-a-dia.
Chamou os capítulos de "O Café", "O Cachimbo", "As Tintas"
-entre elas o amarelo de cádmio
que levou o pintor a um processo
de envenenamento pelas unhas-,
"Os Pincéis" e "A Sua Última Paixão, A Neta".
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