São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MENINOS, EU VI

Body & Soul sorria com Joe Claussell no último domingo

BRUNA MONTEIRO DE BARROS
EM NOVA YORK

No último domingo, Joe Claussell estava em casa, na Body & Soul. Colocando o seu som para o seu público, no mesmo horário sagrado de sempre: das 16h à 0h.
Claussell estava lá, na grande cabine do clube Vinyl, com os companheiros François K e Danny Krivit, com quem divide as picapes, os sorrisos e os sussurros. Enquanto mexia nos botõezinhos mágicos, ele fechava os olhos, parecia em transe. Sorria para os colegas. E para a pista.
Suas misturas de ritmos faziam pernas se trançarem. Os mesmos olhos fechados e sorrisos refletiam na pista. Braços para o alto e refrões cantados. Coreografias, rebolados, passos de hip hop, piruetas no chão. É isso que causa a "spiritual house" da Body & Soul.
Era aniversário de Krivit. Na cabine havia amigos e pedaços de bolo. Mas o clima de celebração não dependia disso. Lá no Vinyl, aos domingos, é assim. Sem álcool, sem preconceitos.
Nas caixas, batidas pesadas e timbres suaves. Ouvem-se piano, saxofone. Vozes fortes. Elementos eletrônicos saem do nada e viram timbres em alto volume. Às vezes, o silêncio de alguns segundos. E os DJs disparam uma tal de sirene. Mãos para cima.
Caussell gosta de música brasileira. Fez uma releitura de "Escravos de Jó", de Milton Nascimento, com o parceiro Kerri Chandler.
Ele gosta de suingue e de batidas diferentes. E gosta de levá-las para a pista. Ele gosta de fazer o povo mexer o corpo, mas entrando fundo em suas almas.
No último domingo, a Body & Soul estava sorrindo. Neste fim de semana, quem estará sorrindo são seus fãs.


Texto Anterior: Quase redondo
Próximo Texto: Cinema/Estréias - "Domésticas": Faxina no grande circuito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.