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MENINOS, EU VI
Body & Soul sorria com Joe Claussell no último domingo
BRUNA MONTEIRO DE BARROS
EM NOVA YORK
No último domingo, Joe Claussell estava em casa, na Body &
Soul. Colocando o seu som para o
seu público, no mesmo horário
sagrado de sempre: das 16h à 0h.
Claussell estava lá, na grande cabine do clube Vinyl, com os companheiros François K e Danny
Krivit, com quem divide as picapes, os sorrisos e os sussurros. Enquanto mexia nos botõezinhos
mágicos, ele fechava os olhos, parecia em transe. Sorria para os colegas. E para a pista.
Suas misturas de ritmos faziam
pernas se trançarem. Os mesmos
olhos fechados e sorrisos refletiam na pista. Braços para o alto e
refrões cantados. Coreografias,
rebolados, passos de hip hop, piruetas no chão. É isso que causa a
"spiritual house" da Body & Soul.
Era aniversário de Krivit. Na cabine havia amigos e pedaços de
bolo. Mas o clima de celebração
não dependia disso. Lá no Vinyl,
aos domingos, é assim. Sem álcool, sem preconceitos.
Nas caixas, batidas pesadas e
timbres suaves. Ouvem-se piano,
saxofone. Vozes fortes. Elementos eletrônicos saem do nada e viram timbres em alto volume. Às
vezes, o silêncio de alguns segundos. E os DJs disparam uma tal de
sirene. Mãos para cima.
Caussell gosta de música brasileira. Fez uma releitura de "Escravos de Jó", de Milton Nascimento,
com o parceiro Kerri Chandler.
Ele gosta de suingue e de batidas
diferentes. E gosta de levá-las para
a pista. Ele gosta de fazer o povo
mexer o corpo, mas entrando
fundo em suas almas.
No último domingo, a Body &
Soul estava sorrindo. Neste fim de
semana, quem estará sorrindo
são seus fãs.
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