São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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Estréia amanhã em São Paulo a versão brasileira de "O Fantasma da Ópera", a produção mais cara do país

Noite dos mascarados

Tuca Vieira/Folha Imagem
Cena do musical "O Fantasma da Ópera"; superprodução com custo estimado em R$ 26 milhões estréia no teatro Abril


VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A máscara do "Fantasma da Ópera" está espalhada por vários pontos da cidade de São Paulo. O público poderá ver a outra face do seu rosto disforme a partir de amanhã, no teatro Abril, quando estréia a versão brasileira do musical em cartaz há 19 anos em Londres e há 16 em Nova York.
Como o fez em produções anteriores, caso de "Les Misérables" e "A Bela e a Fera", a Companhia Interamericana de Entretenimento (CIE Brasil, subsidiária do grupo mexicano de mesmo nome) valoriza os números de seu novo musical. O mais expressivo deles, descontados os "zilhões" de espectadores, países e línguas mundo afora, além dos indefectíveis figurinos, perucas, chapéus e sapatos, é o custo estimado da produção: R$ 26 milhões. É o maior orçamento de que se tem notícia nos palcos brasileiros.
A julgar pela procura de ingressos nas últimas semanas, está dando resultado a forte campanha de marketing, que consome quase R$ 4 milhões. Já foram vendidos cerca de 25 mil ingressos, o equivalente a mais de duas semanas e meia de casa cheia nas sete sessões de quarta a domingo.
Sim, há o apelo do lustre que "voa" sobre a platéia, uma das maldições do "coisa-ruim", mas a cena ficou curta por conta da tecnologia. Dura segundos, e pode-se perdê-la numa piscada.
Dos musicais mais freqüentados por turistas na Broadway ou no West End londrino, "O Fantasma da Ópera" traz composições do inglês Andrew Lloyd Webber, 57. É inspirado no romance do francês Gaston Leroux (1868-1927), sobre um gênio da música que se apaixona por uma corista da Ópera de Paris, Christine, e quer colocá-la no lugar da atual prima-dona, Carlotta, melhor voz e salário. Para tanto, leva o desejo às últimas conseqüências. O enredo de invejas e obsessões amorosas é interpretado por 38 atores, cantores e bailarinos e ritmado por uma orquestra de 17 músicos.
Dos protagonistas, exige-se domínio de canto lírico, mais do que na maioria dos musicais, apesar do acento popular. Isso compete mais à prima-dona Carlotta, a diva que é um calo na voz do Fantasma, interpretada pela soprano mineira Edna D'Oliveira. "A principal mudança do teatro musical para a ópera é a dança, a combinação de movimento e fala. Está sendo desafiador crescer como artista", diz D'Oliveira, 40.
"No teatro musical, não basta apenas conhecer cada coisa, é preciso dominá-las", diz Sara Sarres, 24, a Cosette de "Les Misérables". Para a soprano Sarres, Christine é uma menina forte a quem o pai foi cruel quando disse, no leito de morte, que ela encontraria um anjo da música. "Ela acaba atormentada pelo Fantasma."
Como nos demais países, o papel de Christine é revezado por duas intérpretes. A "alternante" da personagem no Brasil é Kiara Sasso. Christine passa boa parte do tempo em cena, se desdobrando em solos, duetos, trios e sextetos nas 19 canções do espetáculo que dura duas horas e meia.

O Fantasma da Ópera
Quando:
estréia amanhã, às 21h; qua. a sex., às 21h; sáb., às 17h e às 21h; dom., às 16h e às 20h
Onde: teatro Abril (av. Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista, tel. 0/xx/11/ 6846-6060)
Quanto: R$ 65 a R$ 200


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