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França quer palma para Von Trier
DO ENVIADO A CANNES
Não há um favorito isolado para arrebatar amanhã a Palma de
Ouro deste 53º festival. Dois potenciais vencedores, "Dancer in
the Dark" (Dançarino no Escuro),
de Lars von Trier, e "Canções do
Segundo Andar", de Roy Andersson, não confirmaram toda expectativa que traziam.
O filme de Andersson ainda me
parece mais original, mas Von
Trier conta com o apoio francês.
"Dancer" foi ovacionado na sessão oficial e tratado como obra-prima pela quase unanimidade da
crítica francesa. Os críticos internacionais torceram-lhe o nariz e
até sua protagonista, Böjrk, teria
ficado decepcionada com o resultado, segundo boatos.
Von Trier conta ainda com o
apadrinhamento do "délégue général" Gilles Jacob, que o cacifa
desde os primeiros filmes.
Na falta de unanimidade, "Dancer" posiciona-se com "Canções"
para um dos prêmios principais
(Palma de Ouro, Grande Prêmio,
Prêmio de Cannes 2000) na companhia provável de algum dos
destaques da fortíssima representação asiática deste ano: o violento épico chinês "Guizi Lai Le"
(Demônios à Porta), de Jiang
Wen, o melodrama familiar formosino "Yi Yi" (Um e Dois e...),
de Edward Yang, e o drama histórico gay "Gohatto" (Tabu), de Nagisa Oshima.
É difícil arriscar palpites num
júri presidido por Luc Besson e
tão heterodoxo quanto o deste
ano. Há algum consenso em torno do prêmio de atriz para a sueca
Lena Endre por "Trlosa" (Infiel),
de Liv Ullman, e de ator para Sergi
Lopez de "Henri, Un Ami Qui
Vous Veut du Bien" (Henri, um
Amigo Que Te Quer Bem), de Dominik Moll. O cinema brasileiro
tem chances reais de premiação
na disputa de curtas com "Três
Minutos". Já "Estorvo" pode sonhar, no máximo, com prêmios
secundários como o Grand Prix
Technique, em reconhecimento
da bela direção de fotografia de
Marcelo Durst.
(AL)
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