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BIENAL DO LIVRO
"Bichos que Existem & Bichos que Não Existem" e "Biodiversidade na Amazônia Brasileira" receberam os principais troféus
Jabuti premia reino animal duas vezes
CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Foi uma espécie de "jogo
do bicho" o Prêmio Jabuti
deste ano, que teve seus
ganhadores revelados no
domingo, na Bienal do
Rio. As duas grandes estatuetas
em forma de jabuti foram para
obras que passeiam, cada uma a
seu modo, pelo reino animal.
Os vencedores tiveram de bater
a maior "biodiversidade" já registrada até hoje no prêmio, criado
em 1958 pela Câmara Brasileira
do Livro. O Jabuti 2003 tinha o recorde de 2.016 livros inscritos.
Dessa fauna, saíram vitoriosos
"Bichos que Existem & Bichos
que Não Existem", de Arthur
Nestrovski, e "Biodiversidade na
Amazônia Brasileira", organizado por João Paulo Capobianco.
Feito para crianças, o primeiro
foi o ganhador da categoria Livro
poesia. O segundo, Livro do Ano
de Não-ficção, suplantou todo o
zoológico de trabalhos ensaísticos, técnicos, didáticos e afins.
Ironias do destino, a "origem
das espécies" de "Bichos que Existem" está nos jabutis -não Jabutis. Nestrovski, 43, professor de literatura da PUC-SP, articulista da
Folha e editor-associado da Publifolha, começou a fazer o livro
inspirado nas tartarugas Tico e
Teca de sua mulher, a crítica de
dança da Folha Inês Bogéa.
É de jabutis que fala o primeiro
dos 24 textos que mesclam animais de verdade com "seres imaginários", todos ilustrados por Maria Eugênia (colaboradora da Folha).
"Fico muito agradecido de poder representar uma massa de autores que fazem ficção infantil no Brasil. Não são muitos os países
com a qualidade e quantidade que se tem aqui", disse Nestrovski, autor de outros três livros infantis e diversos trabalhos ensaísticos.
Não são muitos países também
com uma biodiversidade como a
brasileira, estimada em 22% de
todo o planeta. Para mapear essa
exuberante fauna e flora João
Paulo Capobianco, organizador
de "Biodiversidade" (Instituto
Socioambiental/editora Estação
Liberdade), contou com textos de
47 autores e consultoria de outros
200, que fizeram 27 documentos e
126 mapas, ilustrados com 62 fotos. O objetivo era montar um "o
que fazer" com os problemas socioambientais da Amazônia.
No início deste ano, depois que o livro tinha sido lançado, Capobianco, 46, foi escolhido Secretário Nacional da Biodiversidade e das Florestas. "Quando assumi, vi que não havia no ministério estrutura capaz de cuidar desta
agenda que montamos", conta.
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