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Crítica/"Ribeirão do Tempo"
"Ribeirão do Tempo" traz direção ágil, mas escorrega em trama chocha
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ribeirão do Tempo", aposta
da Record para o horário nobre,
só entrou no ar depois que
""Passione" (Globo) encerrou
seu segundo capítulo. A estratégia lembrou os velhos tempos
de vice-liderança do SBT.
A espera pela história de
Marcílio Moraes valeu a pena
por causa do clima bucólico da
caprichada cidadezinha cenográfica cercada por montanhas
e pela direção ágil, com múltiplas tomadas, imagens debaixo
d'água e aéreas. Parecia videoclipe. Se a parte técnica avança,
o mesmo ainda não dá para dizer sobre a trama.
Sabe-se que a grã-fina Eleonora (Jacqueline Laurence) irá
fazer das tripas coração para
construir um resort, tumultuando a pacata Ribeirão.
Descobrimos que ela nasceu
ali, teve um filho e o abandonou
antes de ir para a Europa acumular fortuna e soberba. Com
sotaque afrancesado e esnobe,
Eleonora está de volta, na verdade, para recuperar a cria.
Tanto na novela da Record como na da Globo vamos assistir à maratona materna na tentativa de legitimar o rebento.
Para amenizar a empáfia de
Eleonora -abusada, desfilou
pelo vilarejo de limusine e modelito do tipo Channel-, Moraes tentou fazer piada.
O autor apresenta Querêncio (Taumaturgo Ferreira) de pileque. O rapaz busca cura nas milagrosas águas do ribeirão. A cena dele se afogando deu engasgo. De vergonha.
Melhor seria antecipar o assassinato de Dirce (Françoise
Forton), prometido para os
próximos capítulos. Cenas de
crimes costumam ao menos
manter o espectador ligado,
que o diga Silvio de Abreu. As
águas de "Ribeirão do Tempo"
andam mornas demais.
RIBEIRÃO DO TEMPO
Quando: de seg. a sex., às 22h, na
Record
Classificação: livre
Avaliação: regular
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