São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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Novo Almodóvar é thriller com família brasileira

DA ENVIADA A CANNES

Cineasta que nutriu sua obra com o cinema de gênero, da comédia de cores berrantes ao melodrama, Pedro Almodóvar apresentou em Cannes o primeiro produto de sua nova paixão: o thriller.
Em "La Piel que Habito" (a pele em que vivo), a luminosidade de seu universo tradicional dá lugar à atmosfera noir, ao horror.
"Quando buscava referências, passei por todo o terror cinematográfico e pelo Fritz Lang dos anos 1940", explicou.
No fim, chegou a um gênero não totalmente definido. Mas avisou: "O thriller, hoje, é um dos meus gêneros favoritos".
Paciente e concentrado, o cineasta procurou responder a todas as perguntas de forma elaborada. Em poucos momentos, deixou surgir a ponta de um sorriso.
Um desses momentos disse respeito ao Brasil. Almodóvar falou sobre a sua paixão pela música brasileira e pela Bahia. O Brasil é o país de origem da família envolvida na trama de seu filme, que discute crime, loucura e bioética.
Almodóvar explicou que queria criar, em primeiro lugar, uma família "feroz", a começar pela mãe (Marisa Paredes). "Precisava de uma família selvagem, sem a tradição cristã da punição, forte na Espanha."
O diretor foi inspirado também pela "tradição brasileira na cirurgia estética". Há algo de Ivo Pitanguy no psicopata vivido por Antonio Banderas, um cirurgião plástico que tenta criar uma nova pele.
"É um personagem incapaz de sentir a dor dos outros. Foi difícil encarnar essa frieza absoluta", disse o ator, que voltou a trabalhar com Almodóvar depois de 20 anos. "Voltar a Almodóvar é voltar à casa em que me criei." (APS)


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