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RELÂMPAGOS
Tarzans
JOÃO GILBERTO NOLL
A professora me olhava,
via em mim o tal guri da mata, que com seu brado "desbaratou o cativeiro divino",
ou algo tão desafinado assim! Guri morto em plena
"inconclusão adolescente,
mas livre dos vermes e da
gula da selva" -acreditem,
as aulas iam nesse tom. Pois
me queriam parecido com o
retrato imaginário desse pequeno Tarzan profeta!, feito
por um veterano artista que
vive no luto pelo filho não
gerado. E que me verá pela
primeira vez agora. A mim,
a esse homem que sou, rente
à meia-idade. Que bate à sua
porta por razões absolutamente inconfessáveis, claro,
trazendo mais uma frase
torpe na boca envenenada.
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