São Paulo, Quinta-feira, 20 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RELÂMPAGOS
Tarzans

JOÃO GILBERTO NOLL
A professora me olhava, via em mim o tal guri da mata, que com seu brado "desbaratou o cativeiro divino", ou algo tão desafinado assim! Guri morto em plena "inconclusão adolescente, mas livre dos vermes e da gula da selva" -acreditem, as aulas iam nesse tom. Pois me queriam parecido com o retrato imaginário desse pequeno Tarzan profeta!, feito por um veterano artista que vive no luto pelo filho não gerado. E que me verá pela primeira vez agora. A mim, a esse homem que sou, rente à meia-idade. Que bate à sua porta por razões absolutamente inconfessáveis, claro, trazendo mais uma frase torpe na boca envenenada.



Texto Anterior: Joyce Pascowitch
Próximo Texto: Televisão: Contra a lei, Cultura exibe propaganda
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.