DA ENVIADA A SÃO LUÍS

Doze programas de televisão, rodados em vários Estados, expõem a diversidade da nossa dança para cumprir um objetivo ambicioso: estabelecer um possível alfabeto coreográfico brasileiro. Com apresentação de Antônio Nóbrega e Rosane Almeida e dirigidos por Belisario Franca, cinco programas já estão veiculados no Canal Futura. Os outros sete começaram a ser gravados há dois meses e têm estréia marcada para o dia 22 de setembro.
"Estamos diante de um grande acervo, que tentamos organizar como uma mostra, uma visita guiada, onde o curador tem um diálogo vivo com essas manifestações", diz o diretor.
As filmagens abordam pessoas, costumes, histórias e cada local, além do próprio processo de aprendizado dos apresentadores -que será mais tarde revisto no Espaço Brincante, a escola de Nóbrega e Almeida, em São Paulo. No último programa da série serão apresentados alguns resultados "do que seria a articulação, a elaboração viva desse aprendizado", ressalta Nóbrega.
Em São Luís (MA), além do tambor de mina, foram filmados o tambor de crioula e o bumba-meu-boi; em Natal (RN), o coco de Zambê; em Maceió (AL), o coco alagoano; no recôncavo baiano, o Candomblé; em Porto Alegre (RS), as danças gaúchas; em São Luís do Paraitinga (SP), o moçambique; no Rio de Janeiro, o jongo fluminense e samba carioca; em Sergipe, o samba de parelha; e, em Pernambuco, o maracatu nação, entre outros.
São só alguns exemplos de uma variedade extraordinária de danças, de maneira geral escondidas dos grandes canais de comunicação. Nem é preciso fazer uma defesa ideológica das "raízes" para entender que o filtro mercadológico, naturalizado pela mídia, esvazia essa gama de diferenças, para pôr sempre o mesmo (por melhor que seja) no lugar. Contra a mesmice, como agora se vê, o remédio é aprender a dançar. (IB)


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